A poucos dias de entrar em campanha eleitoral, António Costa, na qualidade de candidato elegível a primeiro-ministro, decidiu abrir a porta a um entendimento pós-eleitoral com o PAN, caso precise desse apoio para assegurar a governação. Só que, infelizmente, esqueceu-se do óbvio: um governo minoritário será sempre melhor do que um governo que tenha o PAN a suportá-lo.
Existem hoje 24 partidos políticos em Portugal, com programas diferentes, conceções de vida em sociedade divergentes e visões diversas sobre direitos e liberdades. Como democrata convicto, considero que o debate democrático se faz de diferentes ideias e pontos de vista, o que contribui para o avanço e progresso das sociedades.
Contudo, no espectro político, há um partido diferente dos outros. De tal maneira diferente, que 98,86% da população portuguesa rejeitou votar nele, nas recentes eleições autárquicas. A esse partido, o PAN, António Costa decidiu estender a mão e promover a putativo parceiro de coligação, sem medir as consequências nefastas que tal gesto terá para o PS.
O PAN – e é preciso dizer isto de forma clara – não opera no mesmo quadro mental e de valores dos demais partidos portugueses. Apresenta-se como “o único partido animalista e não especista”. Ou seja, é o único que proclama, com convicção, que não distingue espécies e, como tal, as pessoas e os demais animais estão no mesmo plano […]
Secretário-Geral da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal