Não podemos ambicionar um território mais justo, mais equilibrado, mais solidário, sem políticas públicas integradoras e potenciadoras das diversas regiões e amigas do ambiente e do território.
O nível de assimetrias regionais que Portugal apresenta não é próprio de um país desenvolvido, mas sim de um país deprimido, face à triste realidade do envelhecimento acentuado da população, do fraco dinamismo empresarial, da vulnerabilidade dos solos e florestas e da desertificação de vastas zonas rurais.
E não é possível falar de coesão territorial sem abordar uma atividade milenar, presente em todo o nosso território, cuja importância extravasa, e muito, a questão económica e social. Falar de coesão territorial é mergulhar no mundo rural e na nossa subsistência agrícola – da sua multifuncionalidade, que é hoje alvo de inúmeras críticas depreciativas, infundadas, profundamente injustas e perigosas.
Injustas porque a associam a más práticas ambientais, ignorando o enorme salto tecnológico do setor nas últimas décadas. Perigosas porque representam o crescimento de doutrinas desprovidas da realidade e das nossas raízes sociais, sem qualquer ligação ao território, potenciando o risco de abandono agrícola.
Num país onde
Eduardo Teixeira, Economista e Deputado à Assembleia da República