No Brasil, uma variedade de soja geneticamente editada para ser mais resistente à seca foi aprovada em 2023 como uma variedade convencional. Os testes de campo já começaram.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) considerou que a soja geneticamente editada resistente à seca, desenvolvida no Brasil, é uma variedade convencional e não um OGM. A Embrapa, a empresa brasileira de investigação agropecuária, já deu início aos testes de campo para comprovar que esta nova variedade requere menos água.
Desenvolvida pela área de Biotecnologia Vegetal da unidade Embrapa Soja a partir da técnica de edição CRISPR (Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, da sigla em inglês), esta nova variedade adapta-se a períodos secos, permitindo assim reduzir as perdas na produção. Estes foram os resultados dos testes em laboratório. A empresa trabalha agora para os validar em diferentes regiões produtoras.
O sistema CRISPR é uma das tecnologias mais promissoras de edição de genomas, que dispensa a utilização de DNA de outras espécies e permite a identificação e modificação de genes de interesse no DNA da própria espécie em estudo. Segundo a Embrapa, a metodologia pode ser considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo.
As investigadoras Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (Estados Unidos) descobriram o sistema CRISPR e graças a ele venceram o Prémio Nobel de Química de 2020. Saiba mais aqui.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.