Lançado em novembro do ano passado, pese embora a sua “juventude” e alguma imaturidade, o ChatGPT acelerou a adoção da Inteligência Artificial (IA) em todo o mundo, com a inevitável discussão face a tudo o que é novo e nos retira da “zona de conforto”. Assim continuará a ser, tanto mais que estamos na presença de um mercado bilionário, que certamente não deixará de criar oportunidades e desafios para países e empresas, não deixando ninguém indiferente.
Medo, admiração, ferramenta disruptiva à semelhança do que aconteceu com a criação dos computadores pessoais e a chegada da Internet (ainda se lembram?), entusiasmo, necessidade de regulação porque se trata de uma tecnologia comparável à bomba atómica…estas são as declarações que mais têm caracterizado a sua implementação no mercado.
Sendo inevitável que a aposta na IA tem um enorme potencial e comporta naturalmente riscos que têm de ser acautelados – muito se tem discutido, por exemplo, ao nível do ensino e da investigação, as teses de mestrado e de doutoramento…os direitos de autor – estas Notas da Semana são basicamente editadas a partir desta nova tecnologia.
Para testar a inovação de que “todos falam”, bastante intuitiva, “friendly” e muito desafiante do ponto de vista da comunicação, lançámos a questão sobre as perspetivas que se colocam à Agricultura, ao Mundo Rural, perante os desafios societais.
Sim, existe um futuro para o mundo rural na União Europeia (UE).
“Apesar dos desafios significativos que os agricultores e as comunidades rurais enfrentam, a UE tem implementado políticas e programas para apoiar a agricultura e a economia rural.
Além disso, há oportunidades emergentes para a agricultura e as comunidades rurais se adaptarem e prosperarem no futuro.
Uma das principais oportunidades emergentes é a procura crescente por alimentos saudáveis e sustentáveis. Os consumidores estão cada vez mais conscientes dos impactos ambientais e sociais dos seus alimentos e estão a procurar opções mais sustentáveis. Isso oferece uma oportunidade para os agricultores produzirem alimentos saudáveis e sustentáveis e se ligarem aos mercados locais. A UE tem implementado políticas para promover a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis, como a Estratégia do Prado ao Prato”.
Outra oportunidade emergente é a digitalização da agricultura.
“A tecnologia está a mudar a forma como devemos encarar a agricultura, permitindo maior eficiência e redução de custos. Isso é particularmente importante para as pequenas explorações agrícolas, que podem ter menos recursos para investir em tecnologia. A UE tem implementado políticas para apoiar a digitalização da agricultura, como a iniciativa AgriTech.
No entanto, ainda há desafios significativos que as comunidades rurais enfrentam.
A UE tem implementado políticas para apoiar as comunidades rurais, como o Programa de Desenvolvimento Rural, que fornece financiamento para projetos de desenvolvimento rural. Além disso, existem políticas para promover o acesso à banda larga nas áreas rurais, o que é importante para a digitalização da agricultura.
Outro desafio significativo é a mudança climática, que pode afetar a produção de alimentos e a economia rural. A UE tem implementado políticas para promover práticas agrícolas mais sustentáveis e mitigar os impactos da mudança climática, como a Estratégia do Prado ao Prato e o Plano de Ação para a Agricultura Biológica.
Existem desafios significativos para a agricultura e as comunidades rurais na UE, mas também existem oportunidades emergentes.
A UE tem implementado políticas e programas para apoiar a agricultura e a economia rural e está a trabalhar para enfrentar os desafios emergentes. Com o apoio adequado, o mundo rural pode se adaptar e prosperar no futuro.”
Esta foi uma abordagem politicamente correta, mais ou menos expectável em função dos documentos que circulam e que “alimentam” esta tecnologia, mas sem grande profundidade, algo repetitiva, e que poderia ser utilizado para leitores pouco exigentes, a “espuma dos dias”, adequada aos nossos tempos e às redes sociais.
Tentámos outras pesquisas, em que a ausência de informação é a nota dominante. Mas quando tentamos introduzir novos dados ou elementos, e as novas respostas passam a incorporar informações que fornecemos, então tudo se torna mais assustador: nada é validado, o que significa que outros potenciais utilizadores podem ter acesso a uma potencial desinformação, má-informação, ou imprecisa, sem fundamento.
E aqui chegados, na minha curta experiência de utilizador da ferramenta, a conclusão de que temos de continuar a buscar a verdade, com base na Ciência, de forma a credibilizar o que fazemos, evitando a criação de uma realidade paralela.
Isso só o humano o poderá fazer. Insubstituível. Com espírito crítico, indispensável para olhar e compreender os tempos em que vivemos e o que queremos ser no futuro.
Tal como acontece com outras tecnologias, é evidente que EUA e China assumem a liderança da Inteligência artificial, sendo inegável o seu papel no desenvolvimento da agricultura e o progresso do Mundo Rural, mas há que ter a coragem de legislar e apostar na regulação para defender os valores fundamentais da Europa.
Para que a informação seja verdadeira, credível, de confiança. E aí, sim o ChatGPT pode ter verdadeiramente futuro, tal como o Mundo Rural.
Mas depende de todos e de cada um de nós!
Jaime Piçarra – Secretário-Geral da IACA
& ChatGPT
As infraestruturas portuárias não podem ser forças de bloqueio – Jaime Piçarra