A NATO quantificou hoje em 32 mil milhões de dólares (29,6 mil milhões de euros) os danos climáticos causados pela invasão russa da Ucrânia desde fevereiro de 2022.
Por ocasião da sua Cimeira em Washington, que arranca hoje, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) publicou o relatório anual do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, sobre alterações climáticas e segurança, que faz parte do plano de ação que os líderes da NATO adotaram na cimeira de Bruxelas de 2021.
Especificamente, examina o impacto das alterações climáticas em cada um dos domínios operacionais da NATO – marítimo, terrestre, aéreo, espacial e cibernético – bem como nas missões e operações da Aliança e na resiliência e preparação civil.
Pela primeira vez, a análise incluiu uma análise dos impactos das alterações climáticas nos potenciais adversários e concorrentes estratégicos da NATO e abordou o impacto climático da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia.
O relatório sublinha que, “além do sofrimento humano, a invasão teve efeitos climáticos e ambientais devastadores, com consequências de longo alcance em toda a Ucrânia e para além das suas fronteiras”.
Embora as estimativas variem, os analistas sugerem que foram libertadas até 175 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) durante os primeiros 24 meses da guerra.
Além disso, os incêndios florestais causados por ataques a depósitos de petróleo, petroleiros, refinarias e outras atividades hostis consumiram campos e florestas, libertando emissões adicionais para a atmosfera e reduzindo a capacidade da vegetação de atuar como sumidouro de carbono.
O relatório acrescenta que as restrições do espaço aéreo sobre a Ucrânia e a Rússia aumentaram a pegada de carbono do setor da aviação, à medida que as aeronaves civis voavam em rotas mais longas e menos eficientes em termos de combustível.
No total, a NATO estima os danos climáticos totais deste conflito em 32 mil milhões de dólares (29,6 mil milhões de euros).
Paralelamente, o estudo indica que a recuperação da Ucrânia do conflito exigirá a reconstrução de infraestruturas críticas, habitações, edifícios públicos e instalações industriais em todo o país e, nas regiões mais devastadas, de cidades inteiras.
Para realizar esta reconstrução será necessária, nomeadamente, a produção de betão e cimento, o que “pode causar uma quantidade substancial de emissões adicionais”.
Nesta avaliação do impacto das alterações climáticas na segurança, a NATO realizou estudos em três áreas geográficas onde está presente: Kosovo, a área de tiro e treino de Rovajärvi (Finlândia) e o sistema conjunto do Canadá e dos Estados Unidos Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD).
Também avaliou o desempenho de submarinos, helicópteros navais e aeronaves de transporte militar num clima em mudança.
O relatório responde ao compromisso da NATO em aumentar a consciência e compreensão dos aliados sobre o impacto das alterações climáticas na sua segurança, e contribuirá para a adaptação da Aliança a este novo ambiente estratégico e operacional, afirmou a organização.