Esta política de bem-estar animal e enquadramento legislativo deveria ser monitorizada através de uma Provedoria do Animal, na dependência orgânica de num ministério ligado à Presidência ou à Justiça.
Neste momento emotivo, na repercussão da tragédia da Agrela, uma reflexão (a mais serena possível) deve ser feita sobre o papel de cada interveniente e respetivas responsabilidades, de forma a que esta nunca mais se repita. Não pretendo ter o saber de julgar ou condenar, mas não posso deixar de manifestar a minha surpresa perante a facilidade na acusação e a incompreensão das estratégias consequentes, imediatistas e pouco sustentadas que, aliás, vão contra as boas práticas nos países que mais se preocupam com os direitos dos animais.
É verdade que muito tem mudado, felizmente, na relação da sociedade com os animais de companhia (e não só), numa dinâmica que os organismos competentes deveriam ter acompanhado, sido preparados e reforçados para uma nova abordagem e intervenção. O abandono não é da responsabilidade da Administração Pública, mas sim de uma sociedade ou comunidade que não está, tantas vezes, preparada para estar comprometida com um animal (não só de estimação, pois o abandono é mais lato). A Administração Pública, neste caso a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), tem como responsabilidade primordial educar, formar, dar condições, assegurar as condições de saúde e bem-estar, fiscalizar…
E a DGAV fiscalizou e interveio, em particular em 2012, mas também posteriormente.