Uma multinacional britânica pretende construir uma central fotovoltaica que abrange os municípios do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, no distrito de Castelo Branco, num investimento de cerca de 590 milhões de euros (ME).
“A central solar fotovoltaica Sophia, que está em consulta pública, permitirá a conversão de 135 hectares de eucalipto em povoamentos de sobreiros e azinheiras, prevendo-se a plantação de cerca de 27 mil exemplares destas árvores autóctones naquele território do distrito de Castelo Branco”, anunciou a Lightsource bp em comunicado.
O projeto e respetiva Avaliação de Impacte Ambiental estão ainda numa fase inicial de desenvolvimento, permitindo que o projeto seja detalhado e ajustado em função das recomendações das entidades envolvidas.
Segundo a multinacional, o investimento ronda os 590 milhões de euros e a capacidade instalada na central fotovoltaica será de 867 MWp (Megawatt pico).
A empresa informa ainda que a central tem uma produção anual prevista de 1.271 Gwh (gigawhatt-hora) o que lhe permitirá gerar “energia equivalente ao abastecimento de mais de 370 mil habitações”.
O projeto localizado nos municípios do Fundão, Penamacor e Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, “irá criar mais de 1.000 postos de trabalho diretos e indiretos, sobretudo durante a fase de construção (três anos)” e as autarquias “receberão também outras compensações económicas e sociais ao longo dos cerca de 40 anos de vida útil do projeto”.
“Tendo a preservação e a valorização ambiental como pilares fundamentais, a Lightsource bp vai implementar um Plano de Estrutura Verde e Integração Paisagística abrangente, que contempla a reconversão e reflorestação de 228 hectares, incluindo 135 hectares atualmente ocupados por eucalipto”.
De acordo com a multinacional, o plano prevê ainda medidas para a recuperação da vegetação ribeirinha, a criação de sebes arbóreas e arbustivas e o incentivo à regeneração natural de matos e prados, promovendo a mobilidade das espécies na área do projeto e na sua envolvente, e o controlo natural da erosão.
“Desde a fase de conceção, o projeto foi desenhado com critérios ecológicos rigorosos, assegurando a preservação das áreas com maior valor de conservação, assegurando que os povoamentos de sobreiros e azinheiras serão integralmente preservados. Além disso, os 421 sobreiros e 1120 azinheiras a abater são árvores isoladas”.
Segundo a nota, mais de 75% destes sobreiros têm um diâmetro inferior a 16 centímetros e no caso das azinheiras, esse valor é superior a 85%.
Contudo, a empresa promete que “serão plantados um total de cerca de 27 mil sobreiros e azinheiras, ou seja, 18 vezes mais sobreiros e azinheiras do que os que serão afetados”.
Além disso, explica que com a maturação das plantações e das medidas de compensação associadas, estima-se que a capacidade de retenção de carbono na área do projeto aumente em cerca de 225 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente ao longo dos 40 anos de exploração.
Presente em 18 países, “a Lightsource bp é líder mundial no desenvolvimento e gestão de projetos de energia solar”, de acordo com a sua página na Internet.
A empresa foi totalmente adquirida pela bp em 2024.