A estimativa de risco das infestações de cigarrinha-verde é de acordo com a bibliografia revista obtida através de contagens de ninfas (estadios larvar) em 2 folhas por 50 cepas numa determinada parcela da vinha. Trata-se de um procedimento que requer, para uma avaliação de risco eficiente, a utilização de contagens em grandes áreas e que não providencia uma estimativa de risco para a planta, sendo que a aplicação de tratamentos é utilizada de forma indiscriminada em toda a parcela amostrada. Visando obter uma estimativa de risco ao nível da planta o InPP iniciou em 2021 trabalhos de monitorização nas castas mais sensíveis à cigarrinha.
Os trabalhos intensificaram-se em 2022 com a aplicação de metodologia dirigida para a estimativa do nível de risco ao nível da planta, em seis plots experimentais. A amostragem foi dividida em dois locais: (1) a margem da vinha e (2) toda a restante área do plot experimental. Com esta metodologia pretendeu-se inferir a estratégia de colonização das cigarrinhas na vinha e confirmar as observações dos trabalhos de 2021. Os trabalhos começaram em maio com colocação de armadilhas cromotrópicas amarelas nos plots experimentais, a partir de meados de junho iniciaram-se as contagens de ninfas em ramos selecionados aleatoriamente. Estes trabalhos de monitorização decorreram até à altura da vindima (meados de setembro). Os resultados deste ensaio permitiram obter uma relação entre a abundância de adultos, ninfas e a intensidade dos sintomas das infestações. Esta informação permitiu o desenvolvimento de modelos preditivos relativos à progressão nas parcelas (no tempo e no território) das infestações.
O artigo foi publicado originalmente em InnovPlantProtect.