As autoridades moçambicanas apreenderam 30 toneladas de carvão vegetal na fronteira de Ressano Garcia, província de Maputo, por suspeita de exploração e transporte ilegal para a vizinha África do Sul, disse hoje à Lusa fonte oficial.
“Trata-se de sacos de carvão vegetal com mais de 100 quilogramas cada que estava a ser transportado num camião articulado cujo motorista, de nacionalidade essuatíni, encontra-se encarcerado no posto policial local à espera da legalização da sua prisão e conduzido às celas da cadeia distrital da Moamba [distrito do sul de Maputo]”, acrescentou fonte do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP).
Na operação foram apreendidos um total de 300 sacos de carvão vegetal e as autoridades aplicaram ainda uma multa de 500 mil meticais (6.800 euros) ao motorista que transportava o carvão vegetal para a África do Sul, acrescentou a fonte.
Ainda de acordo com o ministério, esta operação, realizada este mês pela Agência Nacional de Controlo de Qualidades Ambiental (AQUA), sucedeu a uma outra em que foi interpelado, em 30 de maio, um camião transportando outros 100 sacos de carvão vegetal, sem licença de exploração e documentos que autoriza o transporte de produtos florestais.
Em conexão com este caso, anterior, continuou a fonte, quatro indivíduos de nacionalidade moçambicana, incluindo o motorista e ajudante da viatura, encontram-se detidos na 15.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) da cidade de Maputo, “por prática de crime de transporte ilegal de produtos florestais”.
“As autoridades estão a trabalhar no sentido de encontrar todos os envolvidos nas ações de exploração e tráfico de produtos florestais”, disse o chefe de departamento central de fiscalização florestal, Arsénio Chelengo, citado pelo organismo em comunicado.
De acordo com Chelengo, a AQUA apreendeu, de janeiro de 2023 a maio de 2025, nas fronteiras terrestres, 3.375 sacos de carvão vegetal, correspondentes a 127,1 toneladas.
Nos últimos anos tem-se registado uma tendência de aumento de exportação ilegal de carvão vegetal, usando as fronteiras terrestres um pouco por todo o país com maior destaque para as fronteiras com o Malaui, e com a África do Sul (através da fronteira de Ressano Garcia), lamentou Chelengo, acrescentando que mais postos de fiscalização serão criados para impedir o tráfico de produtos florestais.