O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, disse esta sexta-feira que Portugal não vai “atirar a toalha ao chão” na negociação dos fundos estruturais, negando que esteja já definida a perda 7% dos apoios nos próximos anos.
“Não deitaremos a toalha ao chão durante as negociações, nem que seja até ao último dia ou a última noite. Havemos de tentar defender os nossos interesses que é tentar obter o máximo de fundos para que os portugueses possam ser servidos com melhores fundos estruturais”, afirmou.
Não deitaremos a toalha ao chão durante as negociações, nem que seja até ao último dia ou a última noite. Havemos de tentar defender os nossos interesses .
Falando aos jornalistas, em Paços de Ferreira, onde visitou várias empresas e a exposição Capital do Móvel, o governante assinalou que a negociação com Bruxelas ainda nem sequer começou.
Reconhecendo que a proposta inicial da Comissão Europeia, no contexto do quadro financeiro plurianual, aponta, de facto, para uma perda de 7% nos fundos, acentuou que o Governo se manifestou, desde o início, “frontalmente contra essa proposta”.
“Esta negociação ainda não fechou e nem sequer começou relativamente a estes números”, reforçou o ministro.
Em relação ao quadro comunitário atualmente em execução, o Portugal 2020, Nelson Souza reafirmou que o país está entre os que apresentam melhores taxas de execução. “Portugal lidera a execução dos fundos estruturais entre os países que maiores pacotes têm de fundos estruturais”, referiu, criticando os que têm defendido o contrário com dados que, segundo o ministro, não correspondem à verdade.
A propósito, convidou os críticos a visitar as empresas do concelho de Paços de Ferreira, que considerou ser um dos que mais se tem destacado em Portugal na aplicação dos fundos estruturais.
“Aquilo que vi foi, de facto, um concelho com uma dinâmica muito grande de investimento, de capacidade e de iniciativa”, referiu, acrescentando: “É uma das cidades com maior capacidade de exportação no setor do mobiliário, mas também noutras atividades, o que ajuda a diversificar o tecido produtivo desta região”.
Nelson Souza lembrou depois que, há poucos anos, o concelho e o resto do país se debatiam com taxas de desemprego elevadas, mas que, atualmente, o problema que se coloca é a insuficiência de mão-de-obra, nomeadamente para as indústrias do concelho de Paços de Ferreira, o que considerou serem “dores de crescimento” para as quais é necessário encontrar soluções.