[Fonte: Rádio M24] O ministro da agricultura e do desenvolvimento rural, Capoulas Santos, disse ontem que o concelho de Santiago do Cacém “tem uma grande relevância agrícola” e que o setor da agricultura tem vindo a “demonstrar cada vez mais dinâmica” contribuindo para o auto-abastecimento do país e para as exportações.
“É um setor que cresce acima do resto da economia e que tem vindo a demonstrar uma performance exportadora notável. O Governo tem concedido à internacionalização da agricultura uma grande prioridade e até ao momento abrimos 53 mercados para cerca de 200 produtos portugueses, temos em negociação outra meia centena de produtos sejam de origem vegetal ou animal”, avançou o governante que falava durante a inauguração da 32.ª edição da Santiagro.
A feira agropecuária e do cavalo abriu ontem as portas ao público com a presença do ministro que tutela a pasta da agricultura que trouxe a Santiago do Cacém números que comprovam os apoios financeiros atribuídos pelo Governo aos agricultores do concelho.
“Estão aprovados neste concelho 140 projetos de investimento que alavancam um conjunto de investimentos de 25 milhões de euros para os quais é concedido um apoio público na ordem dos 10 milhões [de euros] e nos apoios ao rendimento aos agricultores, no âmbito da PAC (Política Agrícola Comum), nestes últimos 3 anos, o Ministério da Agricultura atribuiu 45 milhões de euros”, revelou o governante.
No âmbito deste Governo, adiantou, já foram aprovados “cerca de 1,3 milhões de euros em projetos de regadio, nomeadamente a reabilitação do troço do Monte dos Alhos, a reabilitação do aproveitamento de Campilhas e do Canal de Fonte de Serne, de 4 pontes localizadas no canal de rega de Alvalade do aproveitamento do Alto Sado”, adiantou.
Segundo Capoulas Santos, o Governo “tem em execução o mais ambicioso programa de regadios que em tão pouco tem alguma vez se fez em Portugal” com uma centena de projetos e de novos regadios “de modo a concretizar até 2023 mais 100 mil hectares de regadio e nos quais está incluído a ligação a Monte da Rocha que é uma das barragens que mais problemas tem e que mesmo em bons anos fica sempre com baixo níveis de armazenamento”.
Este investimento no regadio vai permitir “dar mais condições de competitividade aos agricultores” e “combater e minimizar os efeitos das alterações climáticas que são hoje uma inevitabilidade”, acrescentou.
Referindo-se “ao contexto de seca” que o país atravessa e, em particular, a região do Alentejo, Capoulas Santos deixou a garantia de que o Governo “está a avaliar e a monitorizar a situação” com “medidas em execução” para os probemas mais prementes como o abeberamento e alimentação animal.
“A pecuária é o setor que neste momento ainda que com alguma mitigação que decorreu das chuvas de abril e vamos adotando as medidas que se justificarem. Para a alimentação animal está disponível uma linha de crédito com garantia do Estado e juros muito baixos de 3,5 milhões de euros, temos aprovados para charcas, furos, equipamentos e transporte de água cerca de 1400 projetos e iremos paulatinamente dando resposta às situações que se colocarem”, enunciou.
Relativamente ao futuro, o governante, deixou uma palavra de tranquilidade aos agricultores tendo em conta que “2020 é o último ano das atuais regras da PAC” e, em plena negociação do período 2021/2027, Capoulas Santos adiantou que “parte dos objetivos que tínhamos já estão alcançados e outros irão ser conseguidos ao longo do próximo ano das negociações”.
“Quanto às questões financeiras, o nosso objetivo é manter o atual nível de apoio ao setor agrícola, mesmo com o corte global do orçamento da União Europeia agrícola em 10%. Neste momento, a comissão propõe um corte de 5% e é isso que queremos reverter até ao fim da negociações”, concluiu.
Helga Nobre