A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu hoje a criação de um laboratório colaborativo na região do Dão, para aumentar o conhecimento dos produtores do vinho no caminho da inovação e da sustentabilidade.
“A ideia é termos neste território um laboratório colaborativo para a vinha e para o vinho. Temos instalações que cheguem (…) depois é ter uns laboratórios modernos e uma equipa dedicada com o objetivo de termos pessoas que não só transfiram conhecimento, mas que aprendam também com os produtores”, disse Ana Abrunhosa.
A governante explicitou que estes laboratórios, que normalmente são apoiados por fundos europeus, são consórcios entre técnicos, universidades, centros de conhecimento e empresas que “têm equipas qualificadas” a fazerem investigação em determinada atividade económica e que depois “trabalham com as empresas no caminho da inovação e sustentabilidade”.
A ministra falava no encerramento da Conferência Internacional do Vinho e da Vinha, organizada pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, para debater a sustentabilidade, tendo por base o pacto ambiental da União Europeia.
“Cada vez mais as atividades ligadas à vinha e ao vinho e as atividades agrícolas têm o desafio da sustentabilidade, no que toca ao uso da água e à utilização do solo e, portanto, são atividades que têm de ser cada vez mais competitivas, mas também têm de preservar o equilíbrio dos ecossistemas”, destacou.
Ana Abrunhosa elogiou a iniciativa do debate e, por isso, considerou que “é muito importante que os produtores trabalhem com centros de conhecimento, no sentido de incorporarem nas suas atividades cada vez mais conhecimento e mais tecnologia”.
Ferramentas que permitem aos produtores de vinho “fazer a conciliação entre serem competitivos, ou seja, retirarem o máximo das suas produções, respeitando, ao mesmo tempo, os ecossistemas”.
Para isso, acrescentou, os produtores têm de “minimizar desperdícios, utilizar cada vez menos químicos nas suas produções e tudo o que está ligado aos valores da sustentabilidade, além da componente ambiental, a componente económica e social”.
“Dada a importância de os produtores terem de incorporar nas suas atividades cada vez mais conhecimento, cada vez mais tecnologia, (…) é muito importante que tenhamos no território instituições que tenham por missão passar o conhecimento mais atual que existe para os produtores e que trabalhem com eles”, sustentou.
Nesse sentido, defendeu a instalação de um laboratório colaborativo na região do Dão e assumiu que o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, no concelho de Nelas, “é o ponto de partida” uma vez que não se pode fazer “tábua rasa do que já existe” e a ideia é “dar-lhe escala” e atrair “pessoas e dar outros meios, porque é uma referência” na região.
O presidente da CVR Dão admitiu aos jornalistas, no final da cerimónia, que o caminho para a instalação do laboratório em Nelas, “já está a ser feito” e um dos “pontos fundamentais é precisamente a problemática da sustentabilidade”, que foi ali debatida ao longo do dia.
Sem adiantar pormenores, Arlindo Cunha disse que “as coisas já estão acertadas no essencial entre os parceiros”, nomeadamente com o laboratório nacional, sediado no Douro, e agora “é ir fazendo o caminho”.
Antes do encerramento da conferência internacional, foram divulgados os prémios da CVR Dão, a 11ª edição do Dão Primores – Colheita 2020 e foi entregue o diploma de o Grande Vinho do Dão, este ano, à Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, CRL, na categoria IV Vinho Tinto Touriga Nacional.
Esta cooperativa recebeu ainda diploma de ouro nas categorias IV de Vinho: Tinto Touriga Nacional (quatro diplomas), Branco Cerceal Branco, Tinto Alfrocheiro, Tinto Tina Pinheira e Tinto Tinta Roriz.
A Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, que conta com 870 produtores, cerca de 30 com produção acima de 100 toneladas, recebeu também um diploma de prato na categoria IV Vinho Branco Encruzado.
Este ano, no concurso “Os Melhores Vinhos do Dão no Produtor – Dão Primores”, participaram 33 produtores, com um total de 129 amostras de vinhos brancos, tintos e rosados. Os vinhos foram avaliados por um júri composto pelo plenário da Câmara de Provadores da CVR Dão.