A expressão “Menos verde, mais leve” capta de forma eficaz a evolução das preferências alimentares dos consumidores europeus. Tal como evidenciado no relatório The State of Grocery Retail Europe 2025, observa-se uma clara mudança de padrões alimentares centrados na sustentabilidade ambiental, para escolhas motivadas pela saúde individual e pela nutrição funcional. Esta constatação surge como uma das principais conclusões do relatório, desenvolvido em conjunto pela McKinsey & Company, uma das mais conceituadas consultoras de gestão a nível mundial, e pela EuroCommerce, entidade representativa do comércio grossista e retalhista europeu.
Na sua quinta edição, o relatório analisa de forma abrangente as tendências que estão a transformar o setor da distribuição alimentar em 2025 e nos anos seguintes. Baseia-se em entrevistas exclusivas com quatro diretores executivos de grandes cadeias de retalho alimentar, no contributo de mais de 30 responsáveis do setor e nas respostas de mais de 14 mil consumidores de 13 países europeus . Os dados revelam uma alteração significativa nas prioridades dos consumidores: os europeus estão a optar cada vez mais
por alimentos com benefícios nutricionais e impacto positivo no bem-estar pessoal, deixando para segundo plano as motivações éticas ou ambientais.
Os argumentos ambientais e éticos já não convencem como dantes
De acordo com o relatório, a percentagem de consumidores com intenção de adquirir produtos mais sustentáveis diminuiu três pontos percentuais face ao ano anterior. Ainda mais expressiva é a redução da predisposição para comprar alimentos biológicos, alternativas vegetais aos lacticínios e substitutos da carne — uma quebra entre dois a quatro pontos percentuais, abrangendo todas as faixas etárias. Esta evolução representa uma mudança profunda no comportamento do consumidor, sobretudo tendo em conta que categorias como bebidas vegetais (por exemplo, leite de aveia), hambúrgueres sem carne, tofu ou seitan eram outrora vistas como ícones de inovação e progresso ético na indústria alimentar. O interesse decrescente nestes produtos sugere que os alegados benefícios ambientais e éticos, por si só, deixaram de ser suficientes para sustentar o crescimento deste segmento.
Ler artigo traduzido aqui.
Ler artigo original aqui.
Fonte: APIC