A Lisbon Agri Conferences reuniu 700 empresários e stakeholders do setor agroalimentar, em Lisboa nos dias 23 e 24 de novembro, num debate de alto nível sobre produção, consumo e sustentabilidade. A Syngenta patrocinou a conferência e apresentou o seu contributo para a segurança alimentar mundial através da ciência e da inovação.
“A Agricultura é um motor de desenvolvimento sustentável na Europa”, afirmou a Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, reconhecendo, que é necessário travar a fuga de talentos de muitas regiões da União Europeia e atrair os jovens para as zonas rurais. “Se esta tendência não for parada, teremos uma perda de 35 milhões de pessoas em idade ativa na Europa até 2050. Estamos a trabalhar num Pacto Rural para conter esta fuga”, garantiu.
A Comissária Europeia destacou o “salto positivo muito significativo” de Portugal no setor agroflorestal, que emprega 10% da população, representa 9% do valor acrescentado bruto (VAB) e gerou 7 mil milhões de euros em exportações, no ano 2022, “um crescimento de dois dígitos em relação ao ano anterior”.
Agricultura regenerativa e segurança nutricional
O ex-CEO da Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe, reconheceu que o sistema agroalimentar atual “é o mais eficiente, mas também o mais destrutivo”, razão pela qual “teremos de voltar a formas antigas de agricultura, eliminar a mobilização do solo, praticar rotação de culturas, semear culturas de cobertura, e inserir animais na exploração que podem ser uma parte muito positiva no ecossistema agrícola”. Na opinião de Peter Brabeck-Letmathe, atual presidente do conselho consultivo internacional da San Telmo Business School, na Suíça, a agricultura pode e deve ser parte da solução para o futuro planeta e “através da agricultura regenerativa podemos capturar quatro vezes mais CO2 da atmosfera”.
“Temos que transitar do negócio da alimentação para o negócio da nutrição, para a segurança nutricional, porque a nutrição adequada é um eixo fundamental para uma vida saudável”, defendeu este economista austríaco.
Daniel Baertschi, líder de opinião em Agricultura Regenerativa, explicou que “a agricultura regenerativa é um sistema onde podemos melhorar usando tecnologia, mas não é prescritivo”. Os seus múltiplos benefícios, económicos, sociais e ambientais, poderão atrair jovens para a atividade agrícola, no entanto, “a transição leva tempo, requer investimento, para a ajudar os agricultores nessa transição, e exige políticas que incentivem a Agricultura Regenerativa”, alertou o responsável da consultora suíça Quantis.
A Syngenta está a ajudar os agricultores na transição para a Agricultura Regenerativa através de tecnologias digitais e de precisão. Felisbela Campos, responsável de sustentabilidade da Syngenta em Portugal, apresentou na conferência o exemplo do serviço de mapeamento de solo Interra® Scan, que inclui 27 camadas de informação de alta-definição sobre as propriedades do solo, informação que os agricultores podem usar para fazer uma aplicação mais precisa e eficiente dos fatores de produção.
Felisbela Campos referiu também a inovação da Syngenta na obtenção de sementes que ajudam a reduzir perdas e desperdícios desde o campo até ao prato, com menor pegada hídrica e carbónica, e maior durabilidade dos produtos alimentares na prateleira. A inovação em sementes é essencial para combater o desperdício alimentar que já atinge 40% à escala global, ou seja, perto de metade dos alimentos produzidos em todo o mundo acaba no lixo, conforme referiu Tina Halborg Nielsen, vice-presidente de Operações na Europa da empresa Too Good To Go.
Para proteger as culturas de pragas e doenças, que são responsáveis por grande parte das perdas das culturas agrícolas no campo, a Syngenta está a reforçar a sua gama de ferramentas biológicas, através de soluções inspiradas na natureza em linha com os desafios atuais do setor agrícola e das expectativas dos consumidores.
“A Syngenta é um nome que moldou uma indústria”
A especialista em publicidade e marketing, Nancy Villanueva García, CEO Península Ibérica e Médio Oriente na Interbrand, alertou que as grandes marcas mundiais têm a responsabilidade de ser responsáveis. “As pessoas hoje em dia já não confiam nos Governos, nem nas ONG, nem nas instituições, mas sim nas marcas, por isso temos a responsabilidade de ser éticos, a responsabilidade de ser responsáveis”, explicou. Mais do que oferecer um produto ou um serviço, as marcas têm de compreender e satisfazer as necessidades dos seus clientes e stakeholders para merecer a sua confiança. A CEO da Interbrand referiu a marca Syngenta na sua apresentação e disse “a Syngenta é um nome que moldou uma indústria”.
Economia circular da água
Um dos oradores que marcou o primeiro dia da conferência foi David Balsar, Diretor Geral de Inovação e Empreendimentos na Mekorot, a empresa pública que gere o abastecimento de água em Israel, fornecendo mais de 80% da água potável e 70% do total de água ao país: 1,5 mil milhões de m³/ano para fins urbanos, agrícolas e industriais.
Graças o forte investimento da Mekorot em inovação e tecnologia para a economia circular da água, Israel produz atualmente cerca de 20% mais água do que precisa. 80% da água usada nas casas em Israel provém de dessalinização e as águas residuais recolhidas em 26 cidades israelitas são transferidas para uma grande unidade de tratamento e reportas nos aquíferos. “Conseguimos reduzir o desperdício abaixo dos 3% nos nossos sistemas de distribuição de água e estamos a repor parte da água dessalinizada na natureza, é algo pioneiro”, explicou David Balsar.
Fonte: Syngenta