A Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL) defendeu hoje, em Leiria, que a produção leiteira é um dos pilares da agricultura portuguesa e “parte significativa” da economia agrícola, deixando criticais à desinformação sobre alternativas alimentares.
“A indústria dos laticínios é a principal impulsionadora da criação de valor do setor leiteiro e gera milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, em todo o país. A montante da indústria, a produção leiteira é um dos pilares da agricultura nacional representando uma parte significativa da economia agrícola”, defendeu o presidente da ANIL, Manuel Casimiro de Almeida, no encontro EnLácteos – Desafios de uma Indústria Sustentável.
Por outro lado, conforme sublinhou, este setor promove a sustentabilidade rural ao manter as atividades agrícolas “em áreas remotas”.
Na sessão de abertura do encontro, que decorre em Fátima, distrito de Leiria, Manuel Casimiro de Almeida lembrou que a indústria dos laticínios enfrenta, atualmente, grandes desafios, assinalando que as exigências colocadas pelo cliente são cada vez maiores e que o tratamento dado em loja aos produtos “muitas vezes não tem a respetiva correspondência em valor”.
Acresce uma concorrência de produtos de baixo valor acrescentado, com destaque para os queijos do Norte do Centro da Europa.
Estes produtos são vendidos “a preços artificialmente baixos”, afetando a competitividade dos laticínios portugueses.
Assim, defendeu que, para competir, a indústria nacional deve investir na inovação e diferenciação dos seus queijos.
Por outro lado, denunciou que o setor lácteo enfrenta “tentativas de denegrir a sua imagem”, através da promoção de alternativas alimentares.
Contudo, o presidente da ANIL disse que a associação não tem nada contra “essas supostas alternativas”, mas referiu não poder aceitar que as mesmas sejam promovidas tendo por base a desinformação.
“É, pois, fundamental combater a desinformação e promover a verdade científica sobre os benefícios dos laticínios, combatendo as tentativas de apropriação, onde os produtos não lácteos tentam beneficiar da sua associação com os valores nutricionais e culturais dos laticínios”, notou.
O encontro nacional de laticínios (EnLácteos), promovido pela ANIL, vai abordar temas como o contexto geopolítico, o comportamento de compra do consumidor e os critérios ESG – Meio Ambiente, Social e Governança Empresarial -, como fator de competitividade.
A sessão de encerramento ficará a cargo do secretário de Estado da Agricultura, João Moura.