O secretário regional da Agricultura e Florestas anunciou esta quarta-feira, na cidade da Horta, que vai ser aberto, ainda este ano, um novo concurso no âmbito do Programa de Apoio à Reconversão e Reestruturação da Vinha no valor de quatro milhões.
“Para responder ao desafio de vários parceiros do setor, será iniciado um processo de auscultação do programa VITIS em relação ao nível dos apoios, critérios de ponderação das candidaturas e das obrigações dos beneficiários, por forma a melhorar o regime de apoios, numa perspetiva de assegurar a sustentabilidade da atividade vitivinícola no futuro”, afirmou João Ponte citado em nota do Gacs.
O governante que falava na abertura da sessão plenária da Assembleia das Regiões Europeias Vitícolas (AREV), que decorre pela primeira vez nos Açores, reunindo representações de várias regiões europeias produtoras de vinho, destacou que o VITIS já permitiu reconverter nos Açores cerca de 800 hectares de vinha, através de um investimento de 21 milhões de euros.
“Deste investimento, a sua quase totalidade foi concretizada na ilha do Pico, fazendo com que esta atividade venha a ter, dentro de poucos anos, um peso relevante ao nível da economia local, essencial para gerar riqueza, postos de trabalho e contribuir para o progresso da Região”, referiu.
O secretário disse ainda que os números ilustram bem a trajetória de sucesso, já que, em 2018, a “produção de vinho apto a ser certificado atingiu 450 mil litros, representando a maior produção de vinho a ser certificado de sempre, e estima-se que, em dois anos, a quantidade de vinho apto a ser certificado ultrapasse um milhão de litros”.
Por outro lado, o governante identificou vários desafios importantes pela frente, desde logo a futura Política Agrícola Comum (PAC) 2021 – 2027, com implicações diretas no setor da vitivinicultura, tendo o Governo dos Açores anunciado que será necessário garantir apoios para novas plantações de vinha, algo importante uma vez que se trata de áreas que não são abrangidas para o apoio do VITIS, bem como a defesa das Denominações de Origem e Identificação Geográfica, de forma a garantir a autenticidade dos vinhos açorianos, e a utilização de rotulagem como instrumento de defesa dos vinhos e dos ‘terroir’ são outras preocupações manifestadas.