Já esta semana, em Faro, João Ferreira tinha desafiado o governo a vetar um eventual cortes dos fundos comunitários para Portugal. Esta tarde, numa ação de campanha, em Beja, voltou a fazê-lo, mas deixou críticas na forma como estão a ser feitas as negociações.
“O governo partiu para estas negociações com um posicionamento errado, com o objetivo fixado de não perder dinheiro, de não ter cortes.”
O cabeça de lista da CDU às eleições europeias volta a apresentar os números dos quadros comunitários anteriores. “Temos já dois quadros plurianuais em que as verbas foram cortadas. Primeiro 14% em 2007-2013 e depois 10% em 2014-2020. Não será aceitável uma diminuição das verbas”, diz João Ferreira, que insiste que o governo devia ter partido com outro discurso.
“Portugal está do lado dos países que menos cresceram e isto deveria ser compensado por via das verbas da coesão. Se nós não tivermos os recursos suficientes para promover a coesão temos de assumir a necessidade de reforçar esses recursos. Esse devia ser o ponto de partida do governo”, sublinha o candidato comunista.
João Ferreira volta a insistir que o governo, mas também os partidos de direita têm de assumir de vez uma posição.
“Era importante que o governo assumisse desde já, até como ponto de força negocial, que não vai aceitar qualquer tipo de corte nas verbas a receber. Não vimos o governo a assumir isso.” E vai mais longe “Nem vimos os deputados do Parlamento Europeu, do PS, do PSD e do CDS a assumirem que não votarão a favor de um orçamento que corte nas verbas para Portugal. Isto era necessário neste momento. Continuamos à espera. A ausência de resposta também quer dizer alguma coisa”, concluiu o candidato comunista que esta sexta-feira está pelo Alentejo para falar de alterações climáticas, ambiente e agricultura.