Aperseguição às galinhas poedeiras prossegue. Insiste-se no seu registo e no anúncio incessante dessa obrigatoriedade, como se um ataque ao mundo rural estivesse em curso. Estará? Parece que até as pessoas que têm meia dúzia desses galináceos são obrigadas ao Registo de Detenção Caseira. Ridículo este país, no qual, muitos milhões depois, os governantes de aviário não conseguem que um SIRESP funcione ou não arrancam do papel um plano de reabilitação de incendiários, mas exigem ao comum cidadão um infinito de burocracias, procedimentos, eficácias, rigores. E mais pagamentos, claro. O Zé Povinho tem de marchar hirto, de uniforme, bem escovado, mas cheio de fome, enquanto a porca da política segue gorda e imunda.
Há muito tempo que os perniciosos efeitos do afastamento da terra se fazem sentir. Basta pensar no absurdo dos anunciados refúgios climáticos que sugarão mais uns milhões aos trabalhadores portugueses. Afinal, qualquer alentejano ou qualquer serrano, habituado há séculos (e antes do advento do aquecimento global) a temperaturas superiores a 40 graus dias consecutivos, sabe bem criar esses abrigos – são as sombras frescas – a plantação de árvores […]