Uma equipa de cientistas da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos da América (EUA), concluiu que a combinação de drones com inteligência artificial (IA) pode tornar mais eficiente a monitorização da saúde do milho, ajudando agricultores a gerir de forma mais precisa a aplicação de fertilizantes.
O estudo consistiu no uso de drones equipados com câmaras especiais capazes de captar comprimentos de onda invisíveis ao olho humano. Estas imagens, combinadas com dados do solo e analisadas por algoritmos de machine learning, permitiram prever com elevada precisão os níveis de clorofila das plantas — um indicador essencial da sua vitalidade.
Segundo Jianfeng Zhou, professor associado e co-diretor do Digital Agriculture Research and Extension Center, conhecer o teor de clorofila é determinante para decidir quando e em que quantidade aplicar fertilizantes ricos em azoto. Uma dosagem excessiva representa custos acrescidos e riscos ambientais, enquanto a insuficiência pode comprometer a produtividade.
O investigador sublinha que o uso de drones poderá ainda reduzir custos e tempo de trabalho dos agricultores, ao mesmo tempo, contribui para práticas agrícolas mais sustentáveis. Jianfeng Zhou acredita que, no futuro, os agricultores poderão recorrer a empresas de tecnologia agrícola para realizar os voos e processar os dados, beneficiando da inovação sem necessidade de domínio técnico.
Embora o estudo esteja centrado no milho, um cultivo particularmente exigente em azoto, o método tem potencial para ser aplicado a outras culturas, como soja ou trigo, avançam os cientistas.
O estudo, intitulado “Estimating corn leaf chlorophyll content using airborne multispectral imagery and machine learning”, foi publicado na revista Smart Agricultural Technology e contou com a colaboração da Agricultural Research Service, agência científica do Departamento de Agricultura dos EUA.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.