Uma equipa internacional de cientistas, co-liderada pela Universidade de Massachusetts Amherst, descobriu uma forma revolucionária de cultivar arroz que reduz drasticamente o uso de fertilizantes sintéticos e aumenta o valor nutricional do grão. Uma inovação que pode ajudar a enfrentar os grandes desafios da agricultura moderna.
O novo estudo revela que a aplicação de selénio em nanoescala nas plantas de arroz pode diminuir de forma significativa a necessidade de fertilizantes azotados, mantendo e até aumentando a produtividade. A técnica promete responder à “ameaça tripla” representada pelo crescimento populacional, pelas alterações climáticas e pelos custos ambientais da agricultura intensiva, onde até 70% do fertilizante convencional é desperdiçado.
O segredo está na interação entre o arroz e o nano-selénio, aplicado diretamente nas folhas e caules através de drones. Esta suspensão estimula a fotossíntese em mais de 40%, canalizando a energia para as raízes e promovendo sistemas radiculares mais fortes e saudáveis. As raízes libertam compostos orgânicos que favorecem o desenvolvimento de microrganismos benéficos no solo, responsáveis por aumentar a absorção natural de azoto.
A chamada eficiência de utilização do azoto (NUE) passou de valores próximos dos 30% para mais de 48%. Além de reduzir a poluição ambiental em 41%, a técnica corta entre 18,8% e 45,6% as emissões de gases com efeito de estufa, como o óxido nitroso e a amónia. O resultado final é um arroz mais nutritivo, com maiores teores de proteína, aminoácidos essenciais e selénio. Uma descoberta com enorme potencial para uma produção alimentar mais saudável e sustentável a nível global.
Leia o estudo em University of Massachusetts Amherst.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.











































