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– 19-12-2007 |
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INE: Outono seco condiciona sementeiras e refreia expectativas geradas pela subida de pre�o dos cereaisAs previs�es agr�colas do INE, em 30 de Novembro, reportam-se ao in�cio do ano agr�cola de 2007/08, marcado pelo Outono seco que tem condicionado as sementeiras, que se iniciaram em bom ritmo animadas pela elevada cota��o dos cereais. Em contrapartida este quadro climatérico facilitou a colheita, secagem e armazenamento das culturas arvenses de Primavera – Ver�o. Nas culturas mediterr�nicas, vinha e olival, registam-se quebras mas perspectivam-se produ��es de qualidade.
O m�s de Novembro caracterizou-se pela continua��o de tempo seco e ameno para a �poca, tendo-se verificado apenas alguma precipita��o entre os dias 19 e 23, mais significativa nalguns locais devido � ocorr�ncia de trovoadas. Depois deste curto período chuvoso, que contribuiu ainda assim para algum restabelecimento das reservas h�dricas, aumentou a humidade do ar e as temperaturas baixaram para valores abaixo da normal, registando-se a forma��o de geadas nas terras altas e do interior. Este quadro climatérico, fortemente marcado pela escassa precipita��o e aus�ncia de humidade dos solos, condicionou os preparativos do novo ano agr�cola levando inclusivamente � interrup��o de algumas sementeiras de Outono-Inverno, que se iniciaram em bom ritmo, animadas pela elevada cota��o dos cereais. As searas instaladas no in�cio de Outubro germinaram razoavelmente, ao contrário das mais tardias e das implantadas nos solos mais fracos e de encosta que apresentam um fraco aspecto vegetativo. A reduzida precipita��o Também influenciou negativamente a produ��o de matéria verde dos prados e pastagens, sendo not�rio o agravamento das condi��es de pastoreio, especialmente dos pequenos ruminantes, o que se traduz numa redu��o da produtividade do leite. Desta forma o recurso a palhas, forragens e ra��es industriais � superior ao esperado para a �poca, a que se acresce o elevado pre�o destes suplementos alimentares, muito dependentes da cota��o dos cereais. Outono seco atrasa sementeiras e refreia expectativas geradas pela subida de pre�o dos cereais A escalada da cota��o mundial dos cereais, comprovada pela duplica��o do pre�o da maior parte das especies no �ltimo ano, � o resultado da conjuga��o de v�rios factores de ordem conjuntural e estrutural, designadamente do mau ano agr�cola nos Estados Unidos da Am�rica e Canad� (os maiores exportadores mundiais), do aumento do consumo das grandes economias emergentes (China e �ndia), da queda abrupta dos stocks da União Europeia (em apenas um ano passou de excedent�ria a deficit�ria) e, finalmente, da crescente promo��o da utiliza��o de biocombust�veis nos transportes (uma causa frequentemente divulgada mas talvez não a principal). Este agravamento do pre�o de mercado irá obviamente orientar a produ��o, prevendo-se assim um aumento da superf�cie de cereais que, no entanto, poder� não ser suficiente para responder �s necessidades da União Europeia. Como reac��o a esta preocupa��o, Bruxelas definiu dois mecanismos para promover o aumento da oferta de cereais, decretando a suspensão dos direitos de importa��o de gr�o e levantando o pousio obrigatério das superf�cies cereal�feras, disponibilizando assim mais 10% de área para a produ��o, sem introduzir por agora novos sistemas de ajudas. Neste contexto, e apesar dos elevados custos dos factores de produ��o (sementes, adubos, combust�veis e lubrificantes), a campanha cereal�fera nacional de 2007/08 iniciou-se animada, com as sementeiras a decorrerem em bom ritmo até meados de Novembro. A partir dessa altura e em virtude do Outono seco e ameno que tem obrigado � realiza��o das sementeiras no �p� (efectuadas em condi��es de baixo teor de humidade no solo), as expectativas iniciais t�m vindo a ser refreadas, levando ao abrandamento e, nalguns casos, mesmo � interrup��o dos trabalhos. Devido ao atraso das sementeiras, como resultado da persist�ncia de tempo seco e Também da incerteza do evoluir destas mesmas condi��es meteorol�gicas, � ainda muito prematuro quantificar o aumento das superf�cies de cerais para gr�o. Em todo o caso para a aveia, cereal cujas sementeiras se realizam mais cedo, prev�-se um aumento de área na ordem dos 15%. Os próximos dias seráo decisivos, uma vez que a manterem-se as actuais condi��es, a superf�cie de cereais não aumentar� conforme o esperado e as searas que ainda apresentam um aspecto vegetativo regular seráo afectadas. Colheita de milho decorre em boas condi��es e regista aumentos de produ��o A colheita das culturas arvenses de regadio encontra-se, � excep��o de algumas variedades de milho de ciclo longo semeadas tardiamente, praticamente conclu�da. O tempo seco e quente facilitou a secagem e armazenagem da produ��o, que registou um aumento de 10%, face a 2006. Geada provoca quebras na produ��o de kiwi Ao contrário do inicialmente previsto, a produ��o de kiwi dever� registar uma quebra de 10%. De facto, a escassa precipita��o e as temperaturas elevadas para a �poca determinaram, de um modo geral, a redu��o do peso e do calibre dos frutos. Nos pomares, cuja colheita se realizou mais tardiamente, a geada agravou a situa��o causando quebras não previstas. Menos castanha mas de qualidade Nos soutos ocorreram condi��es climatéricas adversas em todo o ciclo vegetativo, inicialmente o frio e a chuva de Maio afectaram a poliniza��o e a flora��o, posteriormente os ventos fortes de Agosto derrubaram alguns castanheiros e, finalmente, a reduzida precipita��o outonal reteve a castanha dentro dos ouri�os, atrasando e dificultando a colheita. Desta forma a produ��o de castanha, uma das principais exporta��es agr�colas nacionais, dever� registar uma quebra da ordem dos 35%. No entanto e apesar da reten��o da castanha no ouri�o retirar algum brilho e peso ao fruto, a qualidade � boa o que, aliado � menor oferta, tem determinado um aumento do pre�o. A menor produ��o e a qualidade dos vinhos de 2007 não resolvem os problemas estruturais do sector A produ��o de vinho registou uma quebra de 20%, o que levou a que muitas adegas funcionassem muito abaixo das respectivas capacidades. Apesar da quebra de produ��o e dos problemas sanit�rios que ensombraram o ano vit�cola, existem boas expectativas quanto � qualidade dos vinhos, que apresentam, de um modo geral, boa acidez, estrutura e aroma agrad�vel. Para a obten��o destas caracterásticas foi determinante o tempo seco durante as vindimas, factor cr�tico de qualidade dos vinhos, mas Também o Inverno chuvoso, que ao restabelecer as reservas de �gua do solo promoveu o crescimento da videira e o aumento da área foliar, facilitando desta forma o pleno uso da luminosidade do Ver�o e a matura��o equilibrada das uvas. Com excep��o dos vinhos alentejanos que t�m vindo a conquistar novos mercados externos, as perspectivas de comercializa��o dos vinhos não são as melhores. A menor oferta e a qualidade da produ��o de 2007 são insuficientes para ultrapassar as dificuldades estruturais do sector, designadamente a diminui��o do consumo, o excesso de oferta, a produ��o ainda significativa de vinho de menor qualidade e a dif�cil situa��o econ�mica de muitas adegas cooperativas. A reforma da Organiza��o Comum do Mercado (OCM) do vinho que se encontra na fase final de aprova��o, pretende contribuir para a resolu��o destes problemas, através do estabelecimento de regras para a diminui��o da oferta, disponibilizando incentivos ao arranque em situa��es que o justifiquem (vinhas envelhecidas ou implantadas em áreas desfavor�veis para a produ��o de vinho de qualidade e quando o potencial de produ��o � excessivo face ao consumo) e Também de medidas endere�adas � reestrutura��o da vinha no sentido de melhorar a qualidade da produ��o, sem reflexos no aumento da oferta. Quebra de produ��o no olival A colheita da azeitona, cuja quebra dever� rondar os 25%, tem decorrido em boas condi��es, encontrando-se os lagares em plena labora��o. De um modo geral a azeitona, apesar de alguma desidrata��o, apresenta boas condi��es sanit�rias, perspectivando-se um azeite de qualidade e com boas fundas (azeite obtido por quintal de azeitona). O Programa de Desenvolvimento Regional (PDR) 2007/2013, cujo processo formal de aprova��o acabou de ser conclu�do, reconhece o interesse econ�mico, social e ambiental do olival, considerando-o como uma das fileiras priorit�rias. Neste sentido foram estabelecidos apoios para novas plantações e moderniza��o do olival, bem como para a transforma��o e promo��o do azeite, com objectivo de aumentar fortemente a oferta, suprindo assim as necessidades do consumo interno, satisfeitas actualmente com 50% de importa��es. Climatologia em Novembro de 2007 Segundo o Instituto de Meteorologia, o conte�do de �gua no solo no final do m�s de Novembro apresentava valores bastante inferiores aos normais para a �poca. A percentagem de �gua armazenada nas principais albufeiras a norte do rio Tejo era de 45%, sendo de 76% em igual data do ano passado.
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