Deputados municipais de Odemira pedem ao Estado Português que encontre uma solução “urgente” para travar o desastre social que está a ser provocado pela “maior de todas as vagas migrantes na região”.
A política do “ora mando eu, ora mandas tu” dos ministérios do Ambiente e da Agricultura e as decisões da administração central e dos sucessivos governos, incluindo o actual, levaram ao “desordenamento, incúria e cultura do facilitismo” que agora de vive no território de Odemira. Estas são algumas das acusações feitas pela Assembleia Municipal, que reuniu em sessão extraordinária na tarde de sábado e aprovou por unanimidade uma tomada de posição “Pelo desenvolvimento sustentável de Odemira”.
As consequências mais nefastas ocorreram ao longo da última década. O tecido social alterou-se, “e não obstante sabermos que o concelho vinha em alguma perda populacional e que sempre foi um concelho multicultural, Odemira não pode ser o único lugar do país a acolher um fluxo migratório de expressão tão significativa num curto espaço temporal” sem que os impactos sejam acautelados, refere a tomada de posição. Em apenas uma década, a população quase duplicou sem que fossem criadas as condições locais para responder “à maior de todas as vagas migrantes na região, com passaporte asiático”, salienta o documento.
O impacto do fluxo anormal de migrantes esgotou a oferta de alojamento, em muitos casos com sobrelotação e hiperlotação, degradou as respostas de serviços e de equipamentos públicos, e proporcionou o aparecimento de “actividades ilícitas graves, actualmente sob investigação”.
Aquilo que muitos já apelidam de “um desastre anunciado, é fruto de um ordenamento territorial deficitário”, só possível face a um Plano