A organização ambientalista WWF Portugal lançou hoje a agenda comum para a prevenção de incêndios florestais, na qual deixa recomendações ao Governo, privados e populações para uma transformação da paisagem e gestão integrada do território.
No total, são 46 as recomendações para prevenir incêndios florestais compiladas pela WWF Portugal, a maioria das quais dirigidas ao Governo e setor público.
Entre estas, está a coesão das “políticas de agricultura, pastoreio e floresta”, a exploração de “diferentes modelos para colmatar os problemas de fragmentação e do afastamento da sociedade do mundo rural”, a valorização do pastoreio extensivo e o aumento da “utilização do fogo controlado na gestão da paisagem”.
A priorização no “fornecimento de produtos locais provenientes de sistemas agrossilvopastoris” a cantinas escolares, alojamentos e restaurantes é outra das sugestões.
A valorização dos produtos locais é também um dos apelos deixados às empresas, às quais é ainda pedido, entre outras medidas, uma aposta na “gestão profissional da floresta” e em “novas áreas de negócio”, com a contratação de “recursos humanos qualificados e bem remunerados”, como engenheiros florestais.
Às populações, é nomeadamente recomendado que se organizem em “associações ou modelos de gestão comum para facilitar a gestão da propriedade, o acesso a apoios e serviços, e aumentar a dimensão da unidade de exploração”, bem como que participem nos “processos de planeamento territorial e florestal”.
A agenda é igualmente dirigida às instituições universitárias e centros de investigação, aos quais é sugerido o desenvolvimento e disseminação de conhecimento sobre os territórios, o mercado de produtos florestais e o uso controlado do fogo, entre outras áreas.
O documento resulta de um encontro entre especialistas que decorreu em maio, em Lisboa.
WWF Portugal defende transformação da paisagem para prevenir incêndios