A Região de Leiria vai ter 471 operacionais, 113 viaturas e três meios aéreos no período crítico do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR), que entra em vigor na quinta-feira, disse hoje o comandante sub-regional.
Segundo o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil, Carlos Guerra, dos 471 operacionais para a fase crítica, que compreende os meses de julho, agosto e setembro, 431 estão afetos ao combate: 300 bombeiros, 52 elementos da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da Guarda Nacional Republicana (GNR) e 79 sapadores florestais, a que se somam 91 veículos.
Já a vigilância integra 40 operacionais (30 elementos do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR e 10 da Polícia de Segurança Pública), e 22 veículos.
Em 2024, no mesmo período crítico, a Região de Leiria contava com 481 operacionais, 109 viaturas e três meios aéreos.
A Sub-região de Leiria integra os concelhos de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós, o território da Comunidade Intermunicipal com o mesmo nome.
Carlos Guerra disse ter duas preocupações no âmbito do DECIR, uma das quais prende-se com a origem dos incêndios rurais, não obstante o grande esforço de “todas as forças empenhadas, todos os agentes” e incluindo a comunicação social, em campanhas de sensibilização.
“Continuamos a ter um elevado número de ocorrências de incêndios rurais que têm origem humana, sejam negligentes, sejam intencionais, sejam por outro motivo”, realçou o comandante sub-regional, defendendo investimento “para que estes comportamentos humanos deixem de existir”.
Neste âmbito, exemplificou a existência de “muitas queimadas descontroladas, muitas pessoas que nos dias do período crítico, fora de qualquer regra de proteção, continuam a fazer a sua pequena fogueira”, insistindo na necessidade de estas ignições de origem humana terminarem.
Outro problema passa pela “crescente dificuldade que vai havendo, e ano após ano as questões vão-se agudizando cada vez mais”, em manter “um dispositivo de recursos humanos que seja consentâneo com as necessidades da região”.
Referindo que do ano passado para este ano o número de operacionais diminuiu, o que já tinha ocorrido entre 2023 e 2024, Carlos Guerra avisou que se está perante um processo lento de perda de operacionais.
“Vamos perdendo operacionais todos os anos, daqueles que estão disponíveis numa primeira intervenção”, avisou, assumindo tratar-se de um “fator preocupante”.
Carlos Guerra adiantou que “os corpos de bombeiros tentam dar o seu melhor e ‘arregimentar’” para as suas fileiras pessoas, assim como a GNR e os sapadores florestais, mas “não está fácil”.
De acordo com o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil, “não está fácil contratar, não está fácil ter bombeiros voluntários que se disponibilizem, mesmo com uma pequena compensação que é dada”, sendo que, “este ano, teve um aumento muito significativo”.
“Ainda assim, não temos aquilo que gostaríamos de ter, a quantidade que gostaríamos de ter de equipas de combate a incêndios”, declarou Carlos Guerra, que referiu ainda questões relacionadas com o desordenamento florestal, o despovoamento do Interior, a falta de acessos e as condições meteorológicas.