O secretário-geral do PCP criticou hoje os “pactos consecutivos” que PSD, PS, CDS-PP, IL e Chega têm efetuado ao longo dos anos, lamentando ainda que tenham sido retirados apoios de “114 milhões de euros” às florestas.
“Nós estamos como estamos por pactos consecutivos, nomeadamente entre o PSD, o PS e o CDS e aqueles que lá estavam na barriga e que saltaram da barriga para fora, desses do Chega e da Iniciativa Liberal, foram pactos sucessivos desta gente que nos trouxe ao que trouxe à situação de hoje”, disse Paulo Raimundo.
O líder do PCP, que falava no decorrer de um almoço regional organizado pela CDU/Portalegre, no salão dos Bombeiros Voluntários do Crato, criticou nesse sentido o corte efetuado pelo Governo em 2024 de “114 milhões de euros” para o setor das florestas.
“O país, como disse, não precisa de pactos como aquele pacto que cortou só no ano passado 114 milhões de euros de apoio à floresta, ora aí estão agora as lágrimas de crocodilo”, disse.
“O ano passado cortaram 114 milhões de euros de apoios à floresta e agora choram lágrimas de crocodilo porque a floresta está a arder, obrigadinho mas nós assim não vamos lá, o país não precisa destes pactos, o país precisa é de coragem, determinação e de uma política de preservação dos nossos interesses, dos interesses nacionais”, acrescentou.
Para Paulo Raimundo, o país está “preso por arames”, uma vez que “está a arder”.
“Ainda há poucos dias o Governo anunciou medidas em torno da questão dos incêndios e podemos dizer que é mais do mesmo, medidas repetidas, não há nenhuma novidade nas medidas apresentadas”, lamentou.
Ao longo do seu discurso, Paulo Raimundo apelou ao voto na CDU nas eleições autárquicas e foi sublinhando que os portugueses vivem uma “vida difícil”, tendo enumerado os problemas relacionados com a habitação, educação, precariedade, pensões ou a inflação.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.