O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, acusou hoje o Governo de não ter “uma estratégia global” para reflorestar as áreas devastadas pelos incêndios nos últimos anos.
Numa visita a Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, Francisco Rodrigues dos Santos alertou para a ameaça que constitui a “muita madeira queimada” que permanece nas áreas florestais atingidas pelo grande incêndio de 17 de junho de 2017.
“É um perigo”, afirmou, no final de uma reunião com a direção da Associação dos Produtores e Proprietários Florestais do Concelho de Pedrógão Grande, a que se seguiu um passeio a pé pelo centro da vila, cuja Câmara Municipal é presidida por Valdemar Alves, eleito pelo PS há quatro anos, após ter cumprido um primeiro mandato pelo PSD.
Para o líder centrista, este território e os silvicultores “têm queixas” da política do executivo de António Costa neste domínio.
“Temos falta de uma estratégia global do Governo para reflorestar Portugal”, sublinhou em declarações aos jornalistas.
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que os proprietários e produtores florestais “precisam de ser verdadeiramente apoiados pelo Estado”.
Os seguros que as organizações têm de pagar, designadamente aos sapadores envolvidos em trabalhos de limpeza dos espaços florestais, “são caríssimos” e as ajudas “são insuficientes”, contrariando o que considerou “propaganda do Governo” relativamente às anunciadas medidas de apoio ao setor, criticou.
“O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) paga tarde e a más horas”, quando, na sua opinião, “é fundamental que os parceiros [do Estado na gestão da floresta portuguesa] estejam disponíveis para evitar catástrofes”.
Neste contexto, o presidente do CDS-PP realçou “a coragem, o estoicismo e a resiliência” dos agentes locais que intervêm nos trabalhos de reflorestação, manutenção e limpeza das faixas de gestão de combustível, junto às estradas, às empresas e habitações.
O incêndio que em junho de 2017 eclodiu no concelho de Pedrógão Grande, alastrando a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, causou 66 mortos e mais de 200 feridos, além de ter originado prejuízos avultados em habitações, empresas áreas florestais e agrícolas e explorações pecuárias.