Cerca de 85% dos 650 hectares do baldio de Vila Cova poderá ter ficado destruído pelo incêndio que lavra na serra do Alvão, Vila Real, onde populares ajudaram no combate e apoiaram bombeiros com comida e água.
Carlos Manuel Lopes Dias, presidente do conselho diretivo de Vila Cova e Mascoselo, disse à agência Lusa que o fogo que começou às 23:45 de sábado, em Sirarelhos, atingiu a área baldia e destruiu projetos que estavam em curso, contabilizando elevados prejuízos.
Segundo o responsável, 85% dos 650 hectares da área baldia, maioritariamente constituída por pinhal, poderá ter ficado destruída pelo fogo, advertindo, no entanto, que apesar das chamas se terem afastado mais da aldeia de Vila Cova, continua a lavrar em zona de floresta.
Um dos projetos destruídos foi uma plantação de 1.500 pinheiros micorrizados, ou seja, injetados com fungos para produção de cogumelos.
Agostinha Pires, habitante local, contou à Lusa nunca ter visto um incêndio consumir uma tão grande área em pouco tempo.
De manhã, com o aproximar das chamas, Agostinha foi soltar as vacas que estavam presas no curral para as proteger.
Fátima Ribeiro passou a manhã a correr de um lado para o outro a angariar comida e bebidas para os bombeiros voluntários mobilizados para o combate nesta zona.
“Esteve muito complicado, por isso mobilizámos a população para ajudar. Agora o fogo está mais afastado das casas, mas ainda arde muito”, contou.
Outros populares usaram as cisternas colocadas nos seus tratores para levarem água para as zonas mais críticas.
Ao final da manhã, o vento forte empurrou as chamas para perto da aldeia e os habitantes das casas mais limítrofes foram aconselhados a saírem para o centro da aldeia, onde ainda permanecem alguns, enquanto outros foram acolhidos em casas de familiares.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 16:20 estavam mobilizados 168 operacionais, 48 viaturas e 10 meios aéreos para o fogo que lavra em quatro frentes e que começou sábado à noite em Sirarelhos.