O presidente da Câmara de Palmela disse hoje que espera que o Governo publique até ao final do mês um aviso que permita à autarquia obter financiamento para avançar com um plano de recuperação da área ardida no concelho.
“Nós temos esta expectativa que até ao final do mês possa haver a publicação de avisos, onde apresentaremos uma candidatura muito integrada que designamos por Serra Segura que passa pela reabilitação, contenção da erosão e pela reflorestação da zona afetada”, afirmou Álvaro Amaro (CDU).
O autarca falava à Lusa no final de uma reunião que decorreu no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela com a população, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e vários especialistas convidados sobre o incêndio de 13 de julho.
Amaro explicou que o plano, que deverá ser concretizado durante dois ou três anos, tem ainda como objetivos a melhoria, criação e qualificação de acessos a caminhos seguros e a capacitação das populações contra o risco de incêndio através de projetos como a Aldeia Segura ou outros.
O autarca disse ainda acreditar que no próximo ano será possível voltar a admirar a paisagem do Parque Natural da Arrábida, depois do incêndio que deflagrou no município do distrito de Setúbal em julho deste ano.
“Acredito que com o trabalho que estamos a começar a fazer e a programar para novembro, dezembro e janeiro, no próximo ano, e passado o Inverno, vamos poder admirar de novo a nossa paisagem e este património natural que temos aqui em torno da vila de Palmela e do nosso castelo”, afirmou.
A reunião que decorreu durante a tarde em Palmela contou com a presença de cerca de 70 intervenientes entre proprietários da zona do parque em redor da serra e do castelo, mas também moradores da zona de Aires.
Segundo Álvaro Amaro, o encontro serviu para partilhar o relatório da ocorrência com o ICNF e um relatório de “estabilização de emergência”, na sequência do incêndio em Palmela, com um conjunto de medidas que a autarquia pretende tomar de imediato e que são “urgentes”.
“Já estamos no terreno a fazer as intervenções prioritárias na contenção da erosão do solo, na limpeza e remoção do material ardido para proteger pessoas e bens”, afirmou o autarca, adiantando que paralelamente está a decorrer um trabalho na escolha das espécies e nos momentos para a replantação, que irá ocorrer a partir de novembro.
O presidente da Câmara de Palmela disse que há “muita vontade” de grupos de voluntários e proprietários para reabilitar a serra, a paisagem e as suas propriedades, acrescentando que estão todos “muito ansiosos por começar a semear, a replantar”, mas sublinhou que tudo isto carece de acompanhamento técnico.
Para 25 de novembro ficou marcada uma reunião de balanço e de avaliação, em Palmela.
O incêndio que deflagrou em 13 de julho numa encosta do castelo de Palmela destruiu cerca de 400 hectares de mato e ameaçou dezenas de habitações, principalmente nas zonas urbanas de Aires e da vila de Palmela.
No combate às chamas estiveram envolvidos mais de 500 bombeiros e meios aéreos, tendo o fogo sido considerado extinto às 22:00 de 15 de julho.