Uma associação agrícola de Évora já assegurou 450 toneladas de alimentos para animais de agricultores atingidos pelos incêndios no norte e centro do país, enquanto outra de Beja tem 20 associados prontos a fornecer ajuda alimentar.
Da sede da Associação dos Jovens Agricultores do Sul (AJASUL), em Évora, indicou hoje à agência Lusa o seu presidente, Diogo Vasconcelos, já seguiram para vários concelhos das regiões Norte e Centro cerca de 180 toneladas de palha e feno para os animais.
“Já angariámos entre os nossos sócios cerca de 400 toneladas de feno e palha. Dessas, já enviámos umas 170 ou 180 para cima, temos mais 70 para enviar e, agora, estamos a apurar o que podemos enviar mais”, precisou.
Assinalando que “ainda falta muito tempo para haver no campo comida para os animais”, o responsável salientou que, da quantidade de feno e palha doada pelos associados, a AJASUL ainda tem para entregar 150 toneladas.
Diogo Vasconcelos realçou que sócios e outras pessoas também doaram dinheiro à associação com vista a ajudar os agricultores que ficaram sem comida para os animais, o que serviu para comprar 20 toneladas de ração.
“Não mandamos a ração, compramos aos distribuidores locais” e, depois, pessoas ligadas às associações de agricultores levantam e entregam a quem precisa, referiu, acrescentando que associação ainda tem verba para mais 30 toneladas de ração.
Segundo a AJASUL, a ajuda alimentar já chegou ao Fundão e Covilhã, distrito de Castelo Branco, Almeida, Pinhel e Sabugal, distrito da Guarda, e, esta semana, chega a Mirandela, distrito de Bragança, e Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.
Também a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, de Beja, revelou hoje ter lançado, em 20 de agosto, uma campanha de solidariedade para com os agricultores das zonas afetadas pelos incêndios, no âmbito da qual está a angariar alimentos para o gado.
“A campanha, com os contributos dos associados da ACOS, consiste maioritariamente na angariação de palha e feno, produtos que são depois transportados, com o apoio da CAP [Confederação dos Agricultores de Portugal] e de municípios daquelas zonas, para organizações agrícolas locais”, frisou.
Contactado pela Lusa, o presidente da ACOS, Rui Garrido, disse que cerca de 20 associados já se mostraram disponíveis para doar alimentação animal, que ainda não foi enviada para o Norte e Centro devido às “grandes dificuldades de transporte”.
“Não se consegue arranjar transporte para levar os alimentos e, em vez de estarmos a concentrar aqui, temos um inventário, que é já muito grande, dos nossos associados que têm fenos e palhas para doar”, salientou.
Rui Garrido explicou que as dificuldades de transporte estão relacionadas com as campanhas do tomate e da amêndoa na região, prevendo que a primeira entrega de palha e feno possa seguir viagem ainda esta semana.
Esta ajuda alimentar aos animais nas zonas afetadas pelos incêndios surge depois de um ofício enviado pela CAP a apelar à solidariedade do movimento associativo.
Portugal continental foi afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão em julho e agosto, sobretudo nas regiões norte e centro.