O secretário regional da Agricultura está “convicto” de que o novo executivo comunitário que venha a resultar das eleições europeias de domingo deverá manter as decisões tomadas em relação ao POSEI e à PAC.
“Estamos convictos que as decisões já tomadas em relação à manutenção do POSEI – Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas (RUP) e mesmo em relação à nova Política Agrícola Comum (PAC) têm todas as condições para se manter”, declarou João Ponte.
O titular da pasta da Agricultura do Governo dos Açores, que falava aos jornalistas, foi hoje ouvido na Comissão de Economia do parlamento açoriano sobre os rendimentos disponíveis para o setor, na sequência de uma iniciativa parlamentar do PSD/Açores.
O governante referiu que em relação às questões que continuam em aberto se vai “continuar a trabalhar na região junto das instâncias europeias e do Governo da República para acautelar os interesses dos Açores”, sendo os fundos comunitários uma “peça importante” para alavancar o setor.
João Ponte declarou que reuniu com a unidade de gestão do POSEI no âmbito das propostas de alteração ao subprograma e que pretende avançar com as medidas de revisão do programa específico das RUP até finais de julho, sendo a proposta aprovada pela Comissão Europeia em dezembro.
O deputado social-democrata António Almeida, porta-voz do partido para a Agricultura, também em declarações aos jornalistas, declarou que o Governo Regional deveria promover uma “mudança de estratégia na sequência da alteração do cenário da produção do leite” para fazer face à “degradação do rendimento dos produtores”, já em 2015, com o final do regime de quotas leiteiras.
“O anúncio de um plano estratégico para os laticínios dos Açores, a concluir até final do ano, deveria ter acontecido há três ou quatro anos, uma vez que o impacto do fim das quotas já era conhecido”, disse o parlamentar.
Para António Almeida, o setor dos laticínios enfrenta um “conjunto de desafios que devem merecer o contributo de todos no pressuposto de não ser tarde demais reorientar a indústria para novos mercados”, uma vez que 85 a 90% dos produtos lácteos açorianos são canalizados para o mercado continental.