A ministra da Agricultura defendeu hoje, no parlamento, que estes são tempos de “absoluta excecionalidade” em que é preciso debater o Orçamento do Estado, com sentido de Estado e respeito pela democracia.
“Quero começar por partilhar o que estamos a viver, que são tempos de absoluta excecionalidade, sem paralelo, e é com sentido de Estado, o foco na preservação da dignidade e respeito pelas instituições e mecanismos da democracia, que garantem o seu normal funcionamento, que aqui estamos a honrar o legado dos homens e mulheres de abril”, afirmou Maria do Céu Antunes, que falava numa reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e Agricultura e Pescas.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.
“Este é o momento, de apesar da absoluta excecionalidade dos tempos, debatermos, com respeito e espírito de missão e serviço público este orçamento. Debatemos o futuro do país e das pessoas”, vincou.
O Presidente da República convocou hoje os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira, dia em que está previsto falar ao país.
António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.