O Governo de Timor-Leste, apoiado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), vai começar hoje a prestar assistência alimentar, durante três meses, a mais de 18.000 pessoas afetadas pelo fenómeno El Niño, anunciou a agência da ONU.
Esta iniciativa, liderada pelo Ministério da Solidariedade Social de Timor-Leste, pela Autoridade de Proteção Civil e Inclusão e por outros ministérios do país, irá também distribuir “Super Cereais”, um alimento nutritivo especializado, a 1.000 mulheres jovens, grávidas ou lactantes para prevenir a desnutrição, de acordo com o comunicado do PAM hoje divulgado.
“Esta intervenção é crucial para garantir a proteção e a segurança alimentar das pessoas necessitadas em seis municípios afetados pelo El Niño. Os nossos esforços coordenados com o PAM asseguram que as populações mais vulneráveis recebem a assistência de que necessitam durante estes tempos difíceis”, afirmou a ministra da Solidariedade Social e Inclusão, Verónica Das Dores, citada no comunicado.
Timor-Leste depende fortemente da agricultura de sequeiro e da importação de alimentos, uma vez que é uma pequena nação insular, explicou o PAM.
Desde setembro de 2023, o fenómeno meteorológico El Niño tem provocado condições de seca, atrasos na precipitação e inundações repentinas durante a principal época de plantação do país, indicou.
“Esta perturbação [do clima] prejudicou a produção agrícola e o seu rendimento, tendo um impacto significativo no acesso e na disponibilidade de alimentos para muitas pessoas vulneráveis nas zonas rurais”, declarou.
Em 32 postos administrativos nas seis regiões mais afetadas pelo El Niño – Bobonaro, Covalima, Ermera, Lautem, Liquiçá e Manufahi – o programa irá adquirir, transportar e entregar 720 toneladas de produtos alimentares básicos, como arroz, leguminosas e óleo.
“O nosso esforço conjunto com o Governo de Timor-Leste é essencial para aliviar as dificuldades enfrentadas pelas populações mais vulneráveis atingidas pelas alterações climáticas. Juntos, estamos a avançar com iniciativas para mitigar o impacto deste fenómeno e aumentar a resiliência das comunidades”, disse a Representante do PAM no país, Cecilia Garzon, também citada no comunicado.
Esta iniciativa, que é apoiada por uma subvenção de resposta rápida do Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas, é implementada através de três agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e o Programa Alimentar Mundial, concluiu.