Com a presença de Marcelo, Conselho de Ministros vai aprovar medidas para proteger a floresta e evitar tragédias como as de 2017.
O ministro do Ambiente acredita que Portugal está muito melhor preparado do que em 2017 para combater os grandes incêndios, mas admite que “a transformação da monocultura [do eucalipto] num território como o nosso, em que 98% da propriedade é privada, é, de facto, mais custosa”. Discordando de parte das conclusões do recente relatório da comissão eventual de inquérito parlamentar sobre os fogos de 2017 que critica a monocultura desde aí instalada com espécies de crescimento rápido como o eucalipto, Matos Fernandes diz à TSF, no entanto, que não nega que ainda há muito a fazer na transformação do território do Pinhal Interior.
Há ainda “uma extensão grande de eucalipto e a monocultura nunca será boa para o território”, daí o Governo estar apostado em fazer um planeamento da paisagem com uma mistura de espécies e atividades florestais com agrícolas, à semelhança do que acontecia em Portugal no passado.
Várias das medidas anteriores serão, aliás, votadas esta quinta-feira num Conselho de Ministros especial sobre a floresta, a realizar em Monsanto (Lisboa), que será presidido por Marcelo Rebelo de Sousa, naquilo que, segundo o ministro, é um cruzamento de interesses entre o Presidente da República e o Governo.
Sublinhando o papel das novas Áreas Integradas de Gestão da Paisagem – até ao momento foram lançadas 14 -, Matos Fernandes admite que a mudança na floresta é lenta, sobretudo a transformação da ocupação do solo.
Mesmo assim, acredita que muito tem sido feito nestes últimos anos, nomeadamente na limpeza dos matos e de estradões para chegar aos fogos em caso de incêndio.
Por exemplo, foram abertos mais de 4.500 quilómetros de faixas de gestão de combustível e avançou-se muito na limpeza de terrenos, com destaque para os avanços nas limpezas dos terrenos privados.
Deste Conselho de Ministros deve sair um pacote de 30 milhões de euros para matas e perímetros florestais, bem como mais cinco parques naturais com projetos-piloto, sendo alargada a gestão partilhada com as autarquias a quase todos os parques naturais e áreas protegidas.