O presidente da Assembleia da República homenageou “todos os que sucumbiram ao flagelo” dos fogos, no primeiro dia nacional em memória das vítimas dos incêndios florestais, decretado pelo parlamento.
O dia nacional em memória das vítimas dos incêndios florestais foi criado pelo parlamento, por iniciativa Ferro Rodrigues e aprovado por unanimidade em 7 de junho, em resposta a um apelo da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, como o próprio presidente da Assembleia da República lembra na sua mensagem.
A escolha de 17 de junho para este dia é justificada por se tratar do “aniversário de um dos mais mortíferos e devastadores incêndios de que há registo”, há precisamente dois anos, e que “ficará para sempre gravado” na memória dos portugueses, acrescenta.
“Com este dia pretende-se evocar os homens, as mulheres e as crianças que perderam a vida em 2017, mas, igualmente, todos quantos, ao longo da nossa história, sucumbiram ao flagelo dos incêndios florestais em Portugal”, lê-se no texto divulgado hoje.
Com esta iniciativa, Ferro Rodrigues sublinha ainda pretender manifestar “solidariedade com as famílias das vítimas e reconhecer o contributo dos agentes de proteção civil e de socorro”, como bombeiros, forças de segurança, Forças Armadas, órgãos da Autoridade Marítima Nacional, a Autoridade Nacional da Aviação Civil, o INEM, e outras entidades públicas prestadoras de cuidados de saúde, e ainda os sapadores florestais.
Eles são, escreve Ferro Rodrigues, “chamados a atuar na ocorrência desta calamidade, tantas vezes com prejuízo da própria vida”.
O presidente da Assembleia da República recorda ainda “os bombeiros e militares falecidos, entre os quais os 25 soldados que tombaram no combate ao grande incêndio da Serra de Sintra de 6 de setembro de 1966”.
O incêndio de 17 de junho, que deflagrou em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, e destruiu cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
Em 2017, morreram mais 100 pessoas nos incêndios florestais em Portugal.