A Fenareg apresentou esta quinta-feira (23 de maio) um conjunto de ‘medidas orientadoras’ das políticas públicas de regadio até 2050 e diz que para modernizar as infraestruturas existentes no país será preciso um investimento de 1700 milhões de euros no período 2021-2027.
Em comunicado, a organização que representa os regantes portugueses sublinha que “no cenário de alterações climáticas, cujos efeitos são já visíveis com períodos de seca cada vez mais frequentes, a agricultura de regadio é uma atividade estratégica para a economia portuguesa, e deve ser encarada como tal pela sociedade e pelos decisores políticos. A produção de alimentos em quantidade suficiente para suprir as necessidades da população portuguesa e para manter o dinamismo das nossas exportações agroalimentares depende do regadio.”
Por tudo isto, a organização decidiu dar o seu contributo com a apresentação de uma estratégia que enquadre um caminho a seguir em matéria de política pública de regadio nas próximas décadas. O estudo da Fenareg faz um diagnóstico estratégico e aponta objetivos a alcançar até 2050, com um plano de ação a executar entre 2021-2027 (período do próximo Quadro Comunitário de Apoio) e respetivos cálculos do investimento e origem do financiamento.
Para além de uma expansão da área infraestruturada para rega, com a criação de novas áreas de regadio para mais 250 000 hectares de terrenos agrícolas, 50 000 até 2027, a Fenareg propõe um aumento da capacidade de armazenamento de água e de regularização interanual, a promoção das melhores práticas de rega nas explorações agrícolas, com um aumento da eficiência em 200 000 hectares, um reforço da sustentabilidade ambiental do regadio, através do desenvolvimento de uma norma para certificação de “explorações de regadio sustentável”, e ainda a revisão de modelos de tarifários e adequação da legislação à nova realidade.