A FNA 23 – Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo abre portas ao público no próximo dia 3 de junho e decorre até 11 de junho no Centro Nacional de Exposições, em Santarém. O Ovo é o tema central do evento e que simboliza os superalimentos.
A escolha deste alimento está relacionada à atual preocupação da sociedade com uma vida saudável, sendo o que comemos um fator determinante para esse objetivo.
Arte entra e convida a entrar na FNA 23
Este ano, a organização acrescenta valor a todo o evento privilegiando o espaço da entrada principal da FNA com uma intervenção plástica de Henk Hofstra, artista holandês internacionalmente reconhecido.
“Eggcident” já esteve patente em várias cidades do mundo como Roterdão, São Petersburgo, Nova York, Santiago do Chile e Wuhan (China) – agora, estará em Santarém. Uma surpreendente exposição de ovos estrelados gigantes relaciona o tema da FNA23 com o problema da seca tão relevante para a atividade agrícola.
Uma feira para todos
A FNA conta com diversos pontos de interesse para os vários tipos de público que vista a Feira. Conversas de Agricultura, Exposição Institucional, Maquinaria, Equipamentos, Salão Prazer de Provar, Artesanato, Gastronomia, Mostra Agro-Pecuária e muita animação esperam por todos os visitantes.
Pedro Ribeiro
Presidente da Câmara Municipal de Almeirim
Enquanto presidente de Câmara de um concelho vizinho de Santarém, como é que olha para a importância de um certame com a dimensão e a projeção da Feira Nacional da Agricultura?
Num concelho e numa região onde a agricultura e a agroindústria têm um papel fundamental, onde somos a região mais produtiva do país e uma das mais produtivas da Europa, e onde, claramente, ao longo destas últimas décadas se tem feito um esforço enorme por parte da agricultura e dos agricultores para se irem adaptando, ter uma feira que é a feira mais importante, que é a feira de referência, obviamente que é muitíssimo importante para o concelho de Almeirim, e para a região.
Mas eu diria que é mesmo importante para o país, porque é através desta região e de muito daquilo que se vê na Feira Nacional de Agricultura, e de tudo aquilo que ali é abordado, que, no futuro, garantiremos cada vez mais aquilo que tem a ver com a nossa independência alimentar, que, como temos percebido nos últimos tempos, é algo importante e que todos os países devem ter em atenção.
O município de Almeirim é presença assídua na Feira Nacional da Agricultura. Esta participação tem alguns objetivos específicos e definidos à priori?
Os objetivos são claramente aproveitar aquele que é um evento de enorme importância, e um palco de relevo a nível nacional, para promover o concelho e aquilo que temos de bom. Muitos dos produtos que temos promovido estão ligados à agricultura, nomeadamente o vinho, nós temos vindo a promover bastante o nosso vinho, nomeadamente a casta Fernão Pires, e temos também vindo a promover aquilo que são os produtos regionais, como a sopa da pedra, o melão, as caralhotas, que já têm certificações. Portanto, este é o momento de aproveitar este evento, que é o maior evento da região, para fazer essa promoção e é isso que queremos continuar a fazer.
A Câmara de Almeirim pretende fazer essa promoção e essa divulgação junto dos vários públicos que visitam a Feira Nacional da Agricultura?
Há, naturalmente, quem vá à feira por lazer, aproveitando aquilo que são os espaços de convívio, as tasquinhas, os concertos, etc. Mas acho que é muito importante ir à feira também numa outra lógica, que é a lógica de perceber aquilo que a agricultura e agroindústria têm vindo a fazer e a desenvolver nos últimos anos.
É ainda mais importante, e nós temo-lo feito e incentivado nesta parceria que temos com o CNEMA, que os mais novos, sobretudo as crianças e os jovens, possam ir à feira para perceber “in loco” que aquilo que consomem tem um percurso, tem gente com rosto, depende daquilo que é colocado na terra. Eu acho que isto, para a formação dos futuros cidadãos, é fundamental.
Edite Ferreira
Administradora da Olitrem
Como é que a Olitrem encara a sua participação na Feira Nacional da Agricultura? Tem objetivos que pretende cumprir?
É uma feira de prestígio da região e que nos situa a nível nacional, no centro do país. Não é propriamente para divulgação dos nossos produtos, mas simplesmente por uma questão de parceria que leva a que todos os nossos clientes venham, a nível pessoal e familiar, visitar-nos e aproveitar para conviver, na Feira Nacional da Agricultura.
Como é que a Olitrem tem crescido e se tem imposto no mercado, e como é enquadra a sua atividade principal num certame como a Feira Nacional da Agricultura?
A Olitrem é uma empresa familiar, é uma marca com 50 anos de registo, e nasceu do meu pai e de outro sócio, posteriormente. Ficamos situados em Tremês, que é a povoação de onde eles eram nascidos e criados, e nós estamos a dar continuação a essa marca, a esse registo, a essa empresa.
Produzimos tudo o que é equipamentos para a hotelaria e restauração, tudo o que é para o merchandising, para o canal HORECA, e exportamos 70% da nossa produção a nível internacional, para cerca de 30 países. Portanto, para nós, os nossos equipamentos têm que estar sempre representados, mais a mais com este tema, para que todas as pessoas nos verem, e apreciarem os nossos produtos, ligados não só ao ovo, mas todos os equipamentos precisos para conseguir fazer uma boa cozinha da restauração.
Ao estar presente na Feira Nacional da Agricultura, que objetivos visa a Olitrem atingir?
Nós temos sempre o objetivo de estar presentes nos certames da região, porque divulgam onde esta- mos, e para um convívio mais aberto com os nossos clientes. Nós temos, de dois em dois anos, uma convenção anual nas nossas instalações. Na Feira da Agricultura, temos um convívio mais informal com todos os clientes e as suas famílias, que aproveitam para nos visitar, conhecer os nossos produtos e reverem as nossas novidades.
Deixo um convite a todos para virem visitar a Feira Nacional da Agricultura, um certame de prestígio nacional, e que nos leva a todos a ver as várias áreas da produção, quer agrícola, quer noutros setores, e, com certeza, visitar o stand onde a Olitrem está com os seus produtos expostos.
André Costa Pereira
Responsável Marketing na MSD Animal Health
Como é que surgiu esta participação da MSD Animal Health na Feira Nacional da Agricultura, e quais são as vossas expetativas?
A Feira Nacional da Agricultura é talvez o evento por excelência que temos dedicado ao setor agrícola, e, quando soubemos que o tema central era o ovo, não tivemos outra hipótese senão aliarmo-nos à ANAPO, que nos endereçou o convite. E queremos estar presentes porque percebemos a importância do ovo, que o ovo tem, não só no panorama nacional, mas no panorama também mundial.
As nossas expectativas como empresa, MSD Animal Health, e com esta parceria que já temos há alguns anos com a ANAPO, basicamente é apoiar o setor, e dizer-lhes que estamos presentes; estamos presentes não só no hoje, mas olhamos já também para o futuro, aquilo que são as necessidades futuras. Hoje, fala-se muito em sustentabilidade, e a nossa empresa incorpora também já os valores da sustentabilidade.
Qual é o ”core business” da MSD Animal Health e quais são as suas estratégias para se afirmar neste segmento da saúde animal?
A MSD Animal Health faz parte de um grupo que tem como casa mãe a MSD, de saúde humana para avicultura. Podemos falar aqui dos últimos 70 anos, onde temos um portfólio, ou seja, temos uma quantidade de vacinas, porque o nosso negócio central centra-se nas vacinas. Temos um conjunto de vacinas que consegue dar resposta às principais doenças que existem no sector avícola.
A MST Animal Health, como disse, vem de uma série de fusões e aquisições, e estando juntamente com a casa mãe de saúde humana, dá-nos também uma nova perspetiva de que hoje falamos, de uma só saúde, o “One Health”. E esta abordagem é fulcral, e está sempre presente não só nas atividades comerciais, nas atividades operacionais, mas sobretudo também naquilo que é uma das nossas prioridades, que é a investigação e desenvolvimento. Nós nunca estamos contentes com o que temos. Percebemos e pedimos muitas vezes o feedback dos nossos clientes, ou seja, o que é que eles necessitam, não só em termos de proteção, mas também em termos de conveniência.
E falamos também, hoje, cada vez mais em tecnologia: como é que a tecnologia pode estar ao serviço da pecuária?. Portanto, nós temos não só do ponto de vista atual, mas também de perspetivas do futuro, aquilo que falamos em “Pipeline”, do que virá no futuro, que soluções adequadas à pecuária e, neste caso, à avicultura, não só em Portugal, mas também no mundo inteiro.
Quais são as questões fundamentais que a MSD Animal Health quer mostrar na Feira Nacional da Agricultura, tendo até em conta esta parceria com uma das maiores associações do sector avícola?
Acho que todos aprendemos um pouco com o Corona Vírus que a prevenção é, de facto, o melhor remédio, e isso é também aquilo em que nós acreditamos, e é com base nisso que estamos a construir esta parceria com ANAPO. O que nós queremos mais uma vez demonstrar a todos os visitantes, que desde já convido para estarem presentes em Santarém, em Junho, é de facto perceberem que, com um plano profilático, ou seja, com um plano de prevenção, com medidas ligadas à biossegurança, com uma necessidade de formação que todos nós temos o dever de passar a todos os trabalhadores do sector avícola, queremos consolidar, de facto, esta nossa presença no mercado como uma farmacêutica líder a nível mundial. Consolidar este conhecimento, passar este conhecimento e, de facto, tentar, numa linguagem se calhar um pouco mais simplista, passar todo este nosso “know how” e todo este nosso legado que temos.
Manuel Gonçalves
Presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal
Podemos afirmar que a Feira Nacional da Agricultura é uma grande e importante reunião para o sector apícola?
A Feira Nacional da Agricultura é de grande importância para o setor. Esta presença do sector apícola na Feira Nacional da Agricultura vem de há décadas, começou nas antigas instalações e regressou, veio há cerca de nove anos para estas instalações, com uma presença massiva. É um local central para todos os apicultores.
A grande apicultura portuguesa desenvolve-se nas Beiras, desenvolve-se no Alentejo e no Algarve, onde há a maior força de apicultura. E daí a grande importância de nós participarmos. Temos participado com grandes atividades, com exposições, com a feira do mel e com colóquios, e temos um dia dedicado à apicultura.
A apicultura hoje é diferente do que era noutra altura. Hoje é uma apicultura profissional, onde a maior parte dos apicultores têm formação adequada, e depois de fazer o curso universitário ou do politécnico, vai para a apicultura porque vê aí um futuro. Pena é que, da parte de quem lhe compete, os apoios sejam poucos.
Os concursos nacionais dedicados ao mel, e realizados no CNEMA, têm contribuído para o desenvolvimento da apicultura em Portugal?
Nós, das diversas atividades temos tido, temos uma que podemos destacar como uma das atividades principais, que foi a criação de um painel de provadores de mel. O objetivo desse painel é certificar a qualidade do mel produzido em Portugal. Esse painel tem tido têm tido um grande sucesso. E é o próprio consumidor que o diz, e, ao dizê-lo, o consumidor e as pessoas que vão ao concurso, e que colocam os seus prémios no seu produto, vendem mais, têm resultados positivos e têm vindo a crescer. Aliás, no último ano, duplicou o número de candidatos aos concursos de mel.
Nós temos diversos tipos de mel. Temos os tipos de mel mais marcantes no nosso país, nos meios de rosmaninho, nas lavandas, os meios das urzes cadavéricas, e nos meios de montanha, como o castanheiro. Portanto, o concurso é uma atividade para ficar, é uma atividade que está em crescente e é uma atividade que tem futuro. Aliás, e sabendo nós que a qualidade do mel português, onde ele é produzido e da forma que é produzido, que não desce a qualidade, pelo contrário, tem vindo sempre a melhorar.
Nos dias de hoje, o mel ainda é um produto maioritariamente caseiro, ou os produtores estão cada vez mais voltados para o mercado?
Esta feira tem tanta importância para o setor que, se recuarmos 20 anos atrás, dificilmente se via mel embalado com marca. Desde que se começa a ter este tipo de atividades, degustações, mostras, formações, o que tem sucedido é termos, hoje, marcas de mel português no mercado, coisa que há 20 anos ou há 10 anos não existia, ou existia em número reduzido. Hoje, temos marcas no mercado, vêm-se empresas que tiveram como origem produtores que se afirmaram, e que têm grande viabilidade.
Elvira Justo
Gerente Confeitaria Justo Louro
Qual é a importância de um certame com a dimensão da Feira Nacional da Agricultura para a Confeitaria Justo Louro, em termos de visibilidade da empresa?
A Feira Nacional da Agricultura é a que dá mais projeção, tem uma dimensão nacional enorme. Portanto, sendo a maior feira de Portugal no sector da agricultura e do agroalimentar, é importantíssimo para qualquer expositor que lá vá.
A Confeitaria Justo Louro já leva mais de 50 anos de atividade, mas prima por manter uma produção tradicional. Porquê esta aposta?
A Confeitaria Justo Louro foi fundada pelo meu pai, no ano de 59. Começou pelos “Barquinhos do Ribatejo”, são mesmo nossos e procurou logo expandir o negócio, começou logo nos anos 50 a vender para as zonas de maior projeção, que eram as escolas, portanto, já estava a pensar no futuro. Houve uma altura em que o meu pai se viu sozinho, estava numa época baixa, e a empresa pediu-nos ajuda. Eu despedi-me de onde estava, a minha irmã Bela também se despediu de onde estava, e viemos agarrar com as duas mãos, como se costuma dizer, com unhas e dentes, a empresa. Vestimos a camisola e viemos dar continuidade a uma empresa que, naturalmente, agora não existiria.
Como somos uma empresa ribatejana, procuramos sempre produtos ribatejanos, mas tentamos manter-nos sempre na linha do que o meu pai iniciou, que era, portanto, artesanal e acho que só somos nós enquanto mantivermos o tradicional. Confecionamos tudo, procuramos continuar nessa linha e é dessa maneira que estamos vivos e que vamos estar novamente na Feira Nacional da Agri- cultura, no mesmo espaço. Gostamos imenso, já somos conhecidas lá, e procuramos sempre novos contactos e novos negócios. Portanto, é sempre muito agradável estar naquela festa, é uma grande projeção e é muito bom para qualquer expositor, inclusive nós.
Quais são os vossos objetivos, com mais uma participação numa edição da Feira Nacional da Agricultura?
Os objetivos são ultrapassar os resultados dos anos anteriores, ter bastantes visitantes e valorizar e darmos a conhecer o nosso produto, que é artesanal e tradicional, e é um produto ribatejano. As nossas expectativas passam sempre aparecer novos contactos, novas oportunidades de negócio.