O novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês) sobre poluição do solo alerta que os solos mundiais, que são fonte de 95% de toda a alimentação humana, estão “sob grande pressão”. As principais causas apontadas são a poluição da indústria, a mineração, a agricultura e a má gestão dos resíduos, com o princípio do “poluidor-pagador” em falta em vários países, avança o The Guardian.
Desde 2000 que a produção global de químicos industriais têm duplicado anualmente, alcançado agora as 2,3 mil milhões de toneladas, afirma o relatório. Até 2030 é estimado que volte a duplicar.
Entre os poluentes identificados estão metais, cianetos, DDT e outros pesticidas, bem como produtos químicos orgânicos de longa duração, tais como PCBs. A FAO alerta ainda para a emergência de contaminantes como medicamentos, antimicrobianos que causam resistência bacteriana, e plásticos.
A responsável pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), Inger Andersen, afirmou que “a poluição do solo pode ser invisível para os olhos humanos, mas compromete a comida que comemos, a água que bebemos e o ar que respiramos. A poluição não conhece fronteiras – os contaminantes movem-se através do solo, do ar e da água”.
As maiores fontes de poluição do solo variam entre regiões:
- Europa Ocidental e América do Norte – Poluição Industrial
- Ásia, América Latina e Europa Oriental – Agricultura
- África subsariana – Mineração
- Norte de África e o leste próximo – Poluição Urbana
Medidas a tomar
“O passo fundamental para identificar os responsáveis pela poluição continua a faltar em muitos locais”, diz o relatório. “Espera-se que a poluição dos solos aumente a menos que haja uma rápida mudança nos padrões de produção e consumo e um compromisso político para com uma gestão real e sustentável onde a natureza é totalmente respeitada.”
“É necessário um maior compromisso político, empresarial e social para procurar alternativas ao uso de contaminantes altamente tóxicos e aumentar o investimento em investigação, prevenção e reparação”, refere o relatório, salientando que as limpezas após a poluição podem custar centenas de milhões de dólares.
Os solos do mundo também estão a ser danificados por outros fatores, incluindo a erosão, a acidificação, a contaminação do sal e a compactação.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.