A extinção de plantas está a ocorrer 500 vezes mais depressa do que seria expectável
Nos últimos 250 anos, 571 espécies de plantas foram extintas, segundo a investigação levada a cabo pela Universidade de Estocolmo e pelos Jardins Botânicos Reais de Kew. O número de espécies de plantas que desapareceram representa o dobro das extinções de aves, mamíferos e anfíbios juntas (217).
A investigação, publicada na revista Nature Ecology and Evolution, que analisou mais de 300.000 espécies, conclui que a extinção de plantas está a ocorrer 500 vezes mais depressa do que seria expectável.
Esta investigação permite perceber como conservar melhor as espécies mais vulneráveis. Por exemplo, o estudo mostra que a localização é um factor importante para a sobrevivência das espécies. As plantas que estão nas ilhas ou nos trópicos – como Haiti, Madagáscar, Índia e África do Sul – têm maior risco de extinção. Já as árvores e arbustos são mais indiferentes às características do meio.
Segundo Aelys Humphreys, da Universidade de Estocolmo, citado pela BBC, esta é a primeira vez que se consegue perceber “que plantas é que foram extintas, onde é que desapareceram e quão rápido tudo isto está a acontecer”, conta.
Entre as plantas que desapareceram está o sândalo do Chile, utilizada para fazer óleos essenciais, e a Nesiota elliptica, conhecida como oliveira de Santa Helena. Por outro lado, a investigação mostra também que algumas plantas que se consideravam extintas foram descobertas, como o açafrão-azul do Chile.
A principal causa das extinções de plantas é a destruição de habitats naturais devido às actividades humanas, como a agricultura e a desflorestação.
Eiamear Nic Lughadha, investigador do Jardins Botânicos Reais de Kew que participou no projecto, diz ao jornal The Guardian que a “e extinção de plantas é uma má notícia para todas as espécies”, uma vez que as plantas “oferecem o oxigénio que respiramos, os alimentos que comemos e compõe a espinha dorsal dos ecossistemas de todo o mundo”.