Uma garrafa de vidro para vinho, com 260 gramas, anunciada como a mais leve do mundo e desenvolvida por um consórcio português, vai ser apresentada esta semana, no Pavilhão de Portugal, na Expo 2025, em Osaka, Japão.
“A garrafa de vinho [de] 260 gramas, que estará em exposição no Pavilhão de Portugal, representa um marco de inovação e sustentabilidade”, sendo a garrafa de vidro mais leve do mundo para vinho, “produzida com até 80% de vidro reciclado”, segundo informação enviada hoje à agência Lusa pelo gestor da agenda mobilizadora “Embalagem do Futuro®”, Pedro Costa.
A garrafa, de 0,75 litros, que foi “desenvolvida com recurso a processos tecnológicos avançados pela Santos Barosa (Grupo Vidrala) em colaboração com o LiDA – Laboratório em Design e Artes do Instituto Politécnico de Leiria”, reduz “a superfície de vidro em 20%, graças à sua geometria otimizada e paredes ultrafinas”, adiantou Pedro Costa.
Na exposição mundial, na sexta-feira e no sábado, vai ser apresentada a garrafa, estando disponíveis vários exemplares com vinho, que vai ser servido numa “parceria com o Esporão”, explicou o gestor do projeto.
De acordo com este responsável, o projeto “tem uma importância muito grande”, exemplificando com a adição de vidro reciclado, além de que “a embalagem foi otimizada para ocupar menos espaço e ser muito mais leve”.
“Do ponto de vista logístico, para a entidade que a produz e depois as entidades que vão distribuí-la, com conteúdo, vai ser uma poupança muito grande em termos ecológicos”, destacou, afirmando, sem certeza, que a garrafa de vidro para vinho mais leve até agora será na ordem dos 300 gramas.
A agenda mobilizadora “Embalagem do Futuro®” visa criar soluções de embalagens mais ecológicas, digitais e inclusivas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e é composto por um consórcio de 79 entidades de todo o país, incluindo empresas, universidades, centros de investigação e associações, referiu a Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria (NERLEI/CCI) numa nota de imprensa.
Com um investimento total de 104,1 milhões de euros, este projeto é liderado pela Vangest em estreita colaboração com a NERLEI/CCI, Politécnico de Leiria, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e o apoio da INOVA+.
Na deslocação ao Japão, além da presença no pavilhão nacional para a apresentação da garrafa, a NERLEI/CCI tem previstas diversas reuniões institucionais para divulgação da “Embalagem do Futuro®”, dos seus resultados e fomento do relacionamento comercial entre empresas portuguesas e nipónicas.
Pedro Costa esclareceu que a iniciativa decorre de um convite ao LiDA para fazer uma exposição no Pavilhão de Portugal, que escolheu este e mais dois projetos.
Além da garrafa de vidro, que é “um dos 19 resultados” que o consórcio “Embalagem do Futuro®” tem contratualizado com o PRR, aquele laboratório sediado na Escola Superior de Artes e Design, em Caldas da Rainha, leva à Expo 2025 mais dois projetos de investigação em colaboração com outros centros de investigação, indústria e museus: ‘Living Surfaces’ e ‘Sleeping Beauties’.
O primeiro prende-se com “substratos cerâmicos que replicam formações rochosas onde os ouriços-do-mar vivem naturalmente, proporcionando alimento e abrigo nas fases iniciais de vida, quando a sobrevivência está mais ameaçada”. Está a ser testado em águas costeiras pouco profundas ao longo da costa portuguesa, no âmbito de um programa de regeneração das populações de ouriços-do-mar.
O segundo passa por “modelos funcionais impressos em 3D de instrumentos científicos históricos (séculos XV–XVIII) preservados em museus portugueses, permitindo um envolvimento mais amplo do público com o conhecimento científico que representam”, sendo que quatro destes instrumentos vão estar disponíveis para experimentação prática por parte dos visitantes da exposição mundial.