Sandra Barbosa, do doutoramento Agrichains das universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), conquistou recentemente o Prémio de Melhor Póster de Estudante no “Apimondia”, o maior congresso mundial de apicultura, na Dinamarca.
O seu trabalho mostrou como Portugal passou de uma produção quase inexistente de própolis à criação de uma rede nacional com mais de 200 produtores e que exporta duas toneladas por ano para a Alemanha, Coreia do Sul, Croácia, Espanha e França, entre outros países.
“Esta distinção deve-se a muitos anos de trabalho com os apicultores, para mostrar que é possível produzir própolis de qualidade e criar valor no território, este reconhecimento também é deles”, diz Sandra Barbosa, que é orientada no doutoramento pela professora Cristina Aguiar, da Escola de Ciências da UMinho.
“Temos trabalhado com um consórcio que junta as universidades do Minho, Aveiro e UTAD, centros de investigação e empresas do setor, o que permite por exemplo produzir produtos cosméticos à base de própolis do Parque Natural de Montesinho, em Bragança”, acrescenta aquela investigadora vimaranense e também fundadora da empresa apícola “Montesino”.
O própolis ou “cola das abelhas” é uma resina natural criada pelas abelhas para proteger as suas colmeias, sendo cada vez mais aplicada na farmacêutica, cosmética, higiene, saúde oral e em suplementos alimentares, devido ao seu perfil antimicrobiano, antioxidante e anti-inflamatório. A composição química do própolis varia consoante a sua origem botânica e geográfica, o que lhe confere diferentes cores, aromas e potenciais terapêuticos.
Apesar do interesse crescente por produtos naturais, as propriedades de produtos secundários da colmeia eram desconsideradas pelos apicultores, sendo o própolis descartado e sem valor comercial. Ações recentes de sensibilização e valorização pelo país têm atraído cada vez mais interessados em recolher e vender aquele produto com qualidade, contribuindo também para a sustentabilidade do mundo rural, a biodiversidade e a redução de pesticidas e do desperdício.
Fonte: UMinho












































