O artigo divulgado aqui é parte integrante da última edição da Revista Espaço Rural da CONFAGRI.
Excerto do artigo.
João Carlos Mateus assumiu a Presidência do IFAP no início de 2021 e concedeu uma entrevista à Revista Espaço Rural, na qual foi possível fazer uma análise de algumas questões relacionadas com o Instituto e com o Sector Agroalimentar.
O contexto de Pandemia que atravessamos, a importância do IFAP, o balanço da campanha do PU2021, o papel da CONFAGRI e a sua colaboração com o IFAP, o acordo político sobre a reforma da PAC para o período 2023-2027, recentemente alcançado, e os desafios que o mesmo trará para o IFAP, foram alguns dos temas abordados ao longo da mesma.
Temos estado a viver num contexto de uma pandemia que a todos colocou novos desafios. Como avalia o papel desempenhado e o comportamento do sector agroalimentar durante a crise pandémica?
O contexto que atravessamos surge marcado por desafios ímpares, sem precedentes, cuja superação nos convoca a todos. Num cenário em que já não podemos negar os efeitos das alterações climáticas, a pandemia COVID-19 e os seus impactos vieram clarificar a urgência da transição digital e climática. Perante tudo isto, o sector agroalimentar demonstrou a sua resiliência e capacidade de resposta.
Não parou e nada faltou, mesmo nos períodos mais críticos. Continuaram a ser garantidos produtos seguros e de qualidade e o bom desempenho ficou ainda evidenciado nos números das exportações registados em 2020 – prova indiscutível do reconhecimento da produção nacional e do caráter essencial do sector para o desenvolvimento socioeconómico nacional. Recordo, aliás, que o Instituto Nacional de Estatística, nas Estatísticas Agrícolas de 2020, considerou que a atividade agrícola mostrou “uma resiliência que não foi patente em muitos outros sectores da atividade económica nacional”.
Passado cerca de um semestre desde que assumiu o cargo de Presidente do Conselho Diretivo do IFAP, I. P., como analisa a importância do Instituto para o desenvolvimento do sector agrícola?
Como organismo pagador, o IFAP assume um papel essencial ao bom funcionamento do sector agrícola, nomeadamente no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), contribuindo para o desígnio de garantia de justiça no rendimento ao produtor e no preço ao consumidor. Um papel que se tornou ainda mais evidente no contexto pandémico que vivemos. A ação do IFAP, numa articulação próxima com o Ministério, foi crucial para assegurar, a todo o momento, uma resposta eficaz às necessidades do sector.
Recordo que o IFAP conseguiu implementar, em tempo recorde, mecanismos de reforço à tesouraria das empresas, antecipando pagamentos, quer através de adiantamentos de pedidos de pagamento ao nível das medidas de investimento, quer através de adiantamentos no âmbito das ajudas que integram o Pedido Único (PU) em 2020. Neste esforço, foi possível disponibilizar ao sector, até junho de 2021, mais de 600M€ em pagamentos antecipados.
Para além de tudo isto, não posso deixar de mencionar o contributo do IFAP para o progresso no campo da transformação digital, procurando desenvolver e implementar ferramentas capazes de simplificar as interações e de reforçar a transparência na prestação de contas, a conformidade dos pagamentos realizados e a segurança da informação.
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O artigo foi publicado originalmente em CONFAGRI.