A porta-voz do PAN sustentou hoje que o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, está a “dar a mão ao conservadorismo”, acusando a AD de ignorar o respeito pela vida animal e as alterações climáticas.
“Luís Montenegro optou por dar a mão a um conservadorismo e fazer uma campanha digna dos tempos de 1970, ao invés de estar no século XXI a acompanhar aquele que é o progresso civilizacional e as preocupações como as que o PAN defende como o respeito pela vida animal ou o combate às alterações climáticas”, afirmou Inês Sousa Real.
A líder do PAN e cabeça de lista do PAN pelo círculo de Lisboa falava aos jornalistas no abrigo de animais da Associação Arca do Amor, no concelho de Mafra, no distrito de Lisboa, que visitou hoje no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março.
Reagindo a recentes declarações do cabeça-de-lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, antigo presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, sobre a agricultura, Inês Sousa Real contrapôs ainda que o futuro da agricultura deve ser baseado na “economia verde” e não numa agricultura intensiva com uso de pesticidas.
Eduardo Oliveira e Sousa tinha advogado que as políticas para a agricultura estão a ser determinadas pelo que no seu entender são “falsas razões de ordem climática”.
De visita ao abrigo de cães da associação, onde conversou com os seus dirigentes e fez festas aos animais, a porta-voz do PAN voltou a defender a proteção animal e a abolição das touradas.
“Todos os anos perdemos mais de 19 milhões de euros a nível de apoios locais para a tauromaquia e temos depois associações de proteção animal a pedirem ao Governo que pague atempadamente aquilo que são os fundos comunitários, os fundos decorrentes do orçamento de Estado”, disse.
Na senda das farpas lançadas à AD, Inês Sousa Real considerou “absolutamente lamentável que a AD tenha optado por seguir o caminho de extremar-se à direita ao invés de promover valores da inclusão, do humanismo, do respeito”.
A porta-voz do PAN referia-se ao discurso do ex-primeiro-ministro e antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho, há quatro dias num comício da AD, em Faro, em que aquele associou o aumento da insegurança em Portugal à imigração.
Para a candidata do PAN, a “AD não serve as preocupações e anseios do país” em matérias como as alterações climáticas, proteção animal ou migração.
Inês Sousa Real aproveitou para apelar que “não votem na AD e que votem em partidos verdadeiramente progressistas e humanistas como o PAN, porque, num ano em que fazemos 50 anos do 25 de Abril, temos a responsabilidade de garantir que os valores de Abril estão vivos e estão presentes na urna de voto”.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.