Investigadores da Universidade de Oxford, em colaboração com parceiros internacionais, desenvolveram um suplemento alimentar de baixo custo e sustentável que poderá ajudar a travar o alarmante declínio das populações de abelhas-mel. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica Nature.
O suplemento foi produzido a partir da levedura Yarrowia lipolytica, geneticamente modificada através da técnica de edição genética CRISPR-Cas9, de forma a produzir seis esterois essenciais — lípidos presentes no pólen que são fundamentais para a saúde e reprodução das abelhas.
A biomassa da levedura editada foi cultivada em biorreatores, colhida e posteriormente transformada em pó para dar origem ao suplemento enriquecido em esterois. “Para as abelhas, a diferença entre uma dieta enriquecida com esterois e os alimentos convencionais equivale, no caso dos humanos, a comer refeições equilibradas em vez de refeições carentes em nutrientes essenciais”, explicou a investigadora principal, Elynor Moore.
Nos ensaios controlados, as colónias que receberam este suplemento apresentaram até 15 vezes mais crias do que aquelas alimentadas com dietas padrão, mantendo ainda a produção de ninhadas durante mais tempo. Os investigadores verificaram também que o perfil lipídico das larvas era semelhante ao de colónias que se alimentam naturalmente no ambiente.
Apesar de ainda serem necessários testes em larga escala no terreno, os cientistas acreditam que o produto poderá estar disponível para agricultores dentro de dois anos.
Mais informações estão disponíveis no site da University of Oxford e no estudo na Nature.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.