Uma equipa de investigação desenvolveu uma nova abordagem de edição genética — proPE (prime editing com janela de edição prolongada) — que melhora a precisão e a eficiência do prime editing tradicional. Em testes, o proPE aumentou a eficiência global até 6,2 vezes, atingindo 29,3% de sucesso em edições que antes tinham menos de 5%, e ampliou o alcance de modificações alelo-específicas de 15 para mais de 50 nucleótidos.
O prime editing (PE) é uma ferramenta de edição do genoma que permite introduzir alterações precisas no ADN sem provocar ruturas de dupla cadeia. Apesar do seu potencial, a eficiência e a especificidade variam consoante o alvo, o que limita aplicações mais amplas.
Para resolver estas limitações, os investigadores apresentaram o proPE, que adiciona um segundo guia de RNA não clivante ao sistema. Esta modificação estende o “alcance” da máquina de edição e ajuda a ultrapassar barreiras técnicas que condicionam o PE convencional.
Nos ensaios reportados, o proPE:
– Multiplicou a eficiência de edição até 6,2 vezes,
– Alcançou 29,3% de sucesso em alvos anteriormente de baixo rendimento (inferiores a 5% com PE),
– Ampliou a janela de edição para alterações alelo-específicas de 15 para mais de 50 nucleótidos.
Segundo os autores, estes ganhos podem acelerar a medicina de precisão, facilitando modelos de doença mais fiáveis e abrindo caminho a futuras intervenções terapêuticas. O estudo, publicado na Nature, sublinha ainda a adaptabilidade do proPE, sugerindo que poderá tornar a edição do genoma mais previsível em diferentes contextos biológicos.
Embora promissora, a nova técnica requer validação adicional e avaliações de segurança antes de eventuais aplicações clínicas. Ainda assim, o proPE representa um avanço significativo no engenharia do genoma, oferecendo uma via para edições mais estáveis, eficientes e específicas.
Leia o estudo na Nature.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.