O agricultor João Coimbra lembra que a agricultura biológica usa e abusa de produtos como cobre e enxofre, e que além disso precisa de mais área para produzir a mesma quantidade de produto. “Sem agricultura intensiva, não conseguíamos alimentar a população mundial”
A necessidade faz o mestre. Nos anos 90, quando ainda dava os primeiros passos a cultivar milho na exploração da família na Golegã, João Coimbra – filho, neto e bisneto de agricultores – confrontou-se com a descida dos preços do produto. “Estava cada vez mais barato, devido à globalização. Todos os anos tínhamos de vender mais barato, e os preços da energia, dos adubos e da mão-de-obra estavam sempre a aumentar. Era um jovem agricultor e pensei que tinha de mudar de vida. Foi isso que me levou a fazer uma melhor gestão dos recursos, uma gestão mais eficiente. Tinha de produzir mais e gastar menos. Nessa altura, ainda não era uma questão de sensibilidade ambiental, mas sim uma questão de sobrevivência económica.”
Só mais tarde percebeu que o que fazia sentido económico, fazia sentido ecológico. “Aí começou a jornada de eficiência: mais quilos produzidos por unidade de água, de energia e de mão-de-obra. Desembocámos na agricultura de precisão, com soluções digitais, apoiada por recolha de dados”, diz, na entrevista semanal da VISÃO VERDE.
O produtor não tem dúvidas de que a agricultura moderna é muito mais sustentável do que a do tempo dos nossos avós, apesar da perceção pública contrária. “No passado, regávamos pela intuição. Olhávamos para a planta para tentar perceber se tinha sede.” Atualmente, com a ajuda de sensores de humidade,