A CELPA – Associação da Indústria Papeleira – pede celeridade na aplicação das medidas anunciadas pelo Governo para reduzir o preço da energia e admite que o pacote apresentado pode levar a uma redução dos preços da pasta de papel e dos diferentes tipos de papel.
Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o diretor-geral da CELPA, Francisco Gomes da Silva, diz que as medidas são positivas, mas para terem efeito, têm de ser colocadas em prática rapidamente e manterem-se enquanto as empresas precisarem.
Francisco Gomes da Silva admite que as ajudas às indústrias eletrointensivas de produção de papel podem levar a uma redução dos preços. No entanto, chama a atenção para as “letras pequenas”, ou seja, para a regulamentação. Só depois de publicada a regulamentação, é que será possível perceber que empresas vão efetivamente beneficiar destas ajudas.
Avisa ainda que, tão importante como as empresas da indústria do papel, são as empresas fornecedoras onde “o risco de disrupção é real”, porque são empresas de pequena dimensão e, apesar de estarem previstos igualmente apoios, não vão ter a mesma dimensão.
Apesar de reconhecer o mérito do Executivo no pacote apresentado para aliviar os custos da energia das empresas, o diretor-geral da CELPA lembra que as medidas agora postas em prática pelo governo, resultam de uma decisão tomada pela União Europeia, que alterou os limites às ajudas dos Estados às empresas. Quanto a eventuais roturas de produtos, apesar da dificuldade de obtenção de matéria-prima, Francisco Gomes da Silva diz que não há previsão nem sinais de rotura no mercado. As fábricas não estão a reduzir a produção nem o ritmo, mas também não estão a produzir para stock.
Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Maria João Babo do Jornal de Negócios.