Aumento dos preços já se faz sentir no bolso das famílias. Portugueses gastaram nos primeiros quatro meses do ano 3324 milhões de euros no retalho alimentar, mais 69 milhões (2,1%) do que em igual período de 2021. Mas em abril a subida foi de 5,7%.
As famílias portuguesas começam a sentir os efeitos da inflação e os números das vendas de bens de grande consumo, vulgo vendas do retalho alimentar, vêm prová-lo. Nos primeiros quatro meses do ano, os portugueses deixaram 3324 milhões de euros nas idas aos supermercados, mais 2,1% do que em igual período do ano passado. Ou seja, mais 69 milhões. Mas a tendência de crescimento acelerou a partir de março.
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Este ano, com o regresso à normalidade, as famílias retomaram os seus consumos mais habituais, designadamente fora de casa. No entanto, a partir de março, os dados da Nielsen mostram que há uma tendência significativa de aumento dos gastos das famílias no retalho alimentar, com um crescimento de 3,7% em março e de 5,7% em abril. Números que traduzem já o efeito não só da guerra na Ucrânia, mas também do agravamento dos custos das matérias-primas, da energia e dos combustíveis, e do consequente aumento da inflação. Resumindo, os portugueses não estão necessariamente a comprar mais, estão a pagar mais pelo que compram.
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Gonçalo Lobo Xavier lembra que a pressão sobre os preços das matérias-primas começou já no segundo semestre do ano passado, muito por efeito das subidas dos custos energéticos, dos combustíveis fósseis e dos cereais, o que levou os fornecedores das grandes superfícies a reverem as suas tabelas, no final do ano, com aumentos médios de 10 a 15%, com os cereais à cabeça.
Guerra acentuou tendência
A guerra na Ucrânia, a partir de 24 de fevereiro, veio apenas acentuar […]
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