A Syngenta uniu-se a empresas líderes em diversos setores de atividade numa reflexão sobre como construir organizações com o propósito da próxima geração, no Congresso (In)Sustentável, a 11 de novembro, em Oeiras. O The Good Growth Plan foi apontado como exemplo do compromisso e contributo da indústria de proteção das plantas para a agricultura sustentável.
A ideia de sustentabilidade não chega, precisamos de culturas regenerativas. Daniel Christian Wahl, um dos grandes influenciadores mundiais na área do pensamento regenerativo, deu o mote para o debate no Congresso (In)Sustentável, realizado a 11 de novembro, em Oeiras.
«Precisamos de reinventar o atual sistema económico e criar negócios regenerativos (…) cada um de nós não pode salvar o Planeta como um todo, mas pode atuar a nível local (…) devemos apostar num crescimento económico qualitativo, cuidando da Biodiversidade», afirmou o biólogo e autor do livro “Design de Culturas Regenerativas”.
«Precisamos de reinventar o atual sistema económico e criar negócios regenerativos»
Daniel Christian Wahl
Na mesa-redonda “Construir organizações com o propósito da próxima geração: consciência global, oportunidade e compromisso”, João Meneses, secretário-geral da BCSD, deixou um repto: «o que se pede às empresas é que tenham maior rasgo e coragem e que unam forças para conseguirmos atingir as metas do Acordo do Clima de Paris». A BCSD é uma associação empresarial que visa acelerar a transição para um mundo mais sustentável.
A Syngenta participou na mesa-redonda partilhando com a audiência alguns dos resultados obtidos com o seu plano de compromissos com a agricultura sustentável – The Good Growth Plan -, que desde 2013 impactou positivamente 67.000 hectares de terras agrícolas com projetos de extensão da biodiversidade e beneficiou perto de 500.000 hectares com práticas de Agricultura de Conservação ou Agricultura Regenerativa, na Península Ibérica.
«Desenvolvemos projetos de sustentabilidade adaptados às necessidades de cada região e um dos que mais nos orgulha é o Operation Pollinator, que contribui para aumentar as populações de abelhas e outros insetos polinizadores e auxiliares nos campos agrícolas, através de margens multifuncionais com espécies autóctones de plantas aromáticas e herbáceas. Em Portugal, o Operation Pollinator começou em 2009 e tem sido implementado por empresas agrícolas de referência», explicou Felisbela Torres de Campos, responsável de Sustentabilidade da Syngenta em Portugal.
«Desenvolvemos projetos de sustentabilidade adaptados às necessidades de cada região».
Felisbela Torres de Campos, responsável de Sustentabilidade da Syngenta em Portugal.
O compromisso da Syngenta com a agricultura sustentável materializa-se também no apoio à implementação de práticas regenerativas para a saúde e fertilidade dos solos – tais como a rotação de culturas, a sementeira direta, o enrelvamento da entrelinha em vinhas e pomares. «Iniciámos um projeto com o maior produtor de tomate indústria em Portugal – o grupo Sogepoc – para ajudar a regenerar os solos, em parceria com a Universidade de Évora e a APOSOLO, e a nossa intenção é que este modelo seja replicado noutras empresas agrícolas», revelou Felisbela Torres de Campos. Estas práticas regenerativas contribuem também para fixar carbono atmosférico no solo, reduzindo a pegada ecológica da agricultura.
«Iniciámos um projeto com o maior produtor de tomate indústria em Portugal – o grupo Sogepoc – para ajudar a regenerar os solos»
Felisbela Torres de Campos, responsável de Sustentabilidade da Syngenta em Portugal.
Comprovando que o setor agrícola valoriza e promove a biodiversidade, Rui Flores, diretor agrícola da Herdade do Esporão, deu nota de que esta empresa instalou 230 kms de corredores ecológicos com espécies de plantas autóctones nas suas vinhas, em Reguengos de Monsaraz, e com isso conseguiu um maior controlo das pragas e uma melhoria da fertilidade do solo.
Empresas de outros setores de atividade, desde o calçado, aos cosméticos, das águas à grande distribuição alimentar, das energias renováveis ao setor hospitalar, partilharam as suas experiências de gestão sustentável. Por exemplo, a portuguesa Lemon Jelly apresentou uma linha de calçado reciclado e reciclável produzido a partir de desperdício interno (sobras de materiais usados no fabrico de outras linhas de sapatos).
Educar para o consumo sustentável é um dever das marcas, defendeu Paulo Monteiro, diretor de responsabilidade social da Auchan em Portugal, dando nota de que alguns supermercados europeus, incluindo o Auchan, estão a adotar sistemas Eco-Score que classificam o impacto ambiental dos produtos alimentares para ajudar os consumidores a fazer escolhas informadas. O Eco-Score expressa, através de um código com cores e letras de A (verde = baixo impacto) a E (vermelho= impacto elevado), a pegada ecológica dos produtos, com base na análise do impacto gerado durante o processo de produção e transporte dos mesmos.
O Congresso (In)Sustentável foi organizado pelo grupo IFE e pela Revista Sustentável.