A ANSEME esteve presente no colóquio “Os cereais em Portugal – da volatilidade à valorização”, promovido pela ANPOC para chamar a atenção da opinião pública para a questão do mercado internacional dos cereais e para dar a conhecer a forma como a produção nacional está a reagir aos desafios colocados pela volatilidade do mercado internacional.
O colóquio contou com um painel de oradores começando com uma apresentação intitulada “Cereais, como entender os mercados?” a cargo de Arnaud Petit, do International Grains Council, que falou na oportunidade de aumentar a produção de trigo, principalmente para consumo humano. Realçou também a mudança de paradigma no que diz respeito ao abastecimento internacional de cereais: “que deverá passar a ser mais programado”.
Rogério Ferreira, Diretor-Geral da DGADR, apresentou a plataforma AKIS, Sistema de Conhecimento e Inovação da Agricultura Nacional que pretende ser um ponto de centralização e partilha de informação entre os vários agentes do setor.
Miguel Castro Neto, da universidade NOVA, numa apresentação do VALORCER, referiu que esta organização representa cerca de 90% da produção de cereais em Portugal, pretendendo, através de uma constante monitorização e quantificação do setor, impactar o mesmo de forma construtiva.
A introdução de toda a informação relevante à cadeia de valor, numa blockchain, permite a qualquer interveniente e até mesmo ao consumidor, consultar a rastreabilidade do produto ao longo da sua cadeia de produção.
José Palha, o Presidente da ANPOC, encerrou o colóquio falando sobre a volatilidade do mercado. “As dificuldades decorrentes da volatilidade do mercado dos cereais poderão vir a converter-se em oportunidades”, o Presidente da ANPOC, defende que esta poderá ser uma alternativa para as zonas mais pobres do país e uma importante ferramenta de coesão territorial.
A valorização da produção nacional junto da distribuição, a formação de agricultores e a criação da LVR (lista de variedades recomendadas), são algumas das iniciativas criadas pela ANPOC para fomentar a produção de cereais em Portugal.
Artigo publicado originalmente em ANSEME.