O presidente da Comunidade Intermunicipal do Cávado criticou hoje o alegado “desvio” de um meio aéreo de Braga para Famalicão, considerando que é uma decisão errada que pode dificultar o combate a incêndios no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Em declarações à Lusa, Ricardo Rio, que é também presidente da Câmara de Braga, sublinhou ainda que a decisão foi tomada “na véspera” da entrada em funcionamento do dispositivo local de prevenção e combate a incêndios, “que estava a contar com aquele meio aéreo”.
“É uma decisão completamente contrária ao que tinha sido inicialmente anunciado, sendo ainda de realçar que não nos foi dado qualquer conhecimento prévio nem qualquer explicação para a alteração de planos”, acrescentou.
O autarca lembrou que a norte de Braga ficam concelhos como o de Terras de Bouro, que alberga “uma parte importante e significativa do Parque Nacional da Peneda-Gerês”.
Em causa um helicóptero bombardeiro ligeiro, que estaria previsto para o Centro de Meios Aéreos de Braga, juntando-se a um pesado, mas que “foi parar” a Vila Nova de Famalicão.
Em comunicado, a CIM do Cávado refere que esta “deslocalização interfere diretamente com o raio de atuação de 40 quilómetros para o ataque inicial no município de Esposende, mas sobretudo” para Vila Verde e Terras de Bouro.
A CIM recorda que estes municípios “apresentam áreas extensas com suscetibilidade e perigosidade de incêndio rural elevado e propícias a incêndios de grandes dimensões”.
“Surge ainda a preocupação na vertente da conservação da natureza e da biodiversidade, quanto à eficácia do ataque inicial em ocorrências nas freguesias inseridas no Parque Nacional da Peneda-Gerês e Reserva da Biosfera, que ficarão desprotegidas”.
A CIM do Cávado já pediu esclarecimentos à tutela, tendo também dado conta do assunto ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
A Lusa contactou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, mas ainda não obteve qualquer reação.